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domingo, novembro 26, 2017

Tendências do Pluralismo das Mídias - Relatório Global 2017-2018 UNESCO

Dinalva Heloiza - com informações da UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura


Em todo o mundo, o jornalismo está sob fogo. Enquanto mais indivíduos têm acesso à conteúdos como nunca dantes, a luta contra a polarização política e as mudanças tecnológicas facilitam a rápida disseminação do discurso do ódio, da misoginia e das "falsas notícias", muitas vezes levando a restrições desproporcionais à liberdade de expressão. Em um número cada vez maior de países, os jornalistas enfrentam ataques físicos e verbais que ameaçam sua capacidade de reportar notícias e informações ao público.

                          

Em face de tais desafios, este novo volume da série Tendências mundiais sobre liberdade de expressão e mídia desenvolve uma análise crítica das novas tendências da liberdade de mídia, do pluralismo, da independência e da segurança dos jornalistas.

Com um enfoque especial na igualdade de gênero na mídia, o relatório fornece uma perspectiva global que serve como um recurso essencial para os Estados Membros da UNESCO, organizações internacionais, grupos da sociedade civil, academia e indivíduos que procuram compreender a mudança da paisagem global da mídia.

02) Tendências do pluralismo das mídias.

                                                     
O acesso a uma pluralidade de plataformas de mídia continuou a se expandir no período abrangido por este estudo. Cerca de metade da população mundial agora tem acesso à Internet, em parte devido ao rápido aumento da conectividade com a internet móvel, o que ocorreu na África, Ásia e Pacífico e também na América Latina e Caribe. 

A televisão por satélite e a mudança digital multiplicaram uma gama de canais aos quais os indivíduos passam a ter acesso. Outro aumento considerado substancial, observado à partir de 2012 foi a disponibilidade do conteúdo de mídias, o que se deu em grande parte por compartilhamento e conteúdo gerado pelos próprios usuários. 

Em janeiro de 2017 a Wikipédia ampliou em quase o dobro os seus artigos, em relação a janeiro de 2012. Esta tendência no entanto foi acompanhada por uma diversificação progressiva dos conteúdos e o aumento nas contribuições de artigos em outras línguas, que não o inglês.  

Em regiões onde a penetração da Internet e a dependência das fontes online de notícias são os mais altos, os algoritmos estão sendo utilizados ​​para classificar informações de forma cada vez mais abundante, classificando resultados de pesquisa em feeds de notícias das redes sociais. 

Estes cenários contribuíram para a criação do que chamam de "câmaras de eco" e "bolhas de filtro", os quais visam reforçar os pontos de vista existentes nos indivíduos e a produção de debates cada vez mais difundidos - embora este desenvolvimento não seja necessariamente tão forte como às vezes é apresentado. 

No entanto, nas competições eleitorais, a rápida proliferação das chamadas "notícias falsas", alimentada em parte pela tendência das plataformas de redes sociais, em privilegiar o “clique” em detrimento da informação, tornou-se uma ilustração poderosa para muitos do efeito disruptivo desse fenômeno, em poder dos debates públicos. 

Em outras regiões, como nos Estados árabes e na África, a radiodifusão representou um elemento mais centralizado dessa tendência polarizada através da mídia. Da mesma forma, a aceitação da internet móvel e a prática do "rating zero" – onde os provedores de internet ou de serviços móveis permitem que os usuários acessem conteúdos ou aplicativos específicos sem contar com o "limite" de dados do usuário - expandiram significativamente o pluralismo em termos de acesso ao universo da internet, especialmente entre os mais vulneráveis.

No entanto, o tipo de acesso é muitas vezes limitado a aplicativos móveis específicos, apresentando preocupações de que esses serviços possivelmente possam criar os chamados "jardins em paredes", privados e em desacordo com os princípios da abertura e neutralidade da rede. 

O pluralismo é ainda limitado pelo fato recorrente de que as mulheres, ainda permanecem fortemente sub representadas, tanto na força de trabalho da mídia quanto junto aos papéis da tomada de decisão dos conteúdo gerados pela mídia, em fontes e abordagens. 

Em resposta à contínua marginalização das mulheres, uma série de organizações da sociedade civil, meios de comunicação e indivíduos desenvolveram iniciativas para mudar essa imagem, inclusive através da Aliança Global para Mídia e Gênero, iniciada pela UNESCO -  onde aplica-se os Indicadores Sensíveis ao Gênero para a Mídia. 

Os modelos tradicionais de negócios para os meios de comunicação continuaram a ser interrompidos, levando um aumento da concentração vertical e horizontal e introdução de novos tipos de propriedades fundamentalistas.

Cortes de pessoal afetaram a diversidade de conteúdo, especialmente em cobertura internacional. Os índices de circulação dos jornais foram reduzidos em todas as regiões, exceto na Ásia e no Pacífico, onde foi observado um aumento desta circulação em algumas regiões de economias emergentes. 

A radiodifusão independente do serviço público ainda está ausente ou sob renovada ameaça política e/ou financeira em várias regiões. O rápido crescimento da publicidade digital, em que as receitas quase dobraram entre 2012 e 2016, beneficiou principalmente grandes plataformas da internet em detrimento da  mídia tradicional. 

Diante essas interrupções, os meios de comunicação tradicionais experimentaram novos modelos econômicos, incluindo a introdução de novas formas de custeamento, através da solicitação de doações aos leitores, ou utilizando o método Crowdfunding - financiamento colaborativo.

Os jornalistas também estão utilizando novas tecnologias, como a realidade virtual, de forma a criar experiências imersivas de eventos à longas distâncias.

                                                            Veja aqui o Infográfico 

Acesso ao Relatório em PDF - (Francês)


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