As 7 Maravilhas da Natureza eleitas pela New7Wonders

As 7 Maravilhas da Natureza eleitas pela New7Wonders
A América do Sul ganhou com a Floresta Amazônica e a Foz do Iguaçú

sábado, novembro 10, 2012

Estabelecer alternativas ecológicas e sustentáveis para o atual modelo político e econômico tornou-se um dos principais desafios da sociedade em todo o Brasil. Os aspectos que norteiam estes desafios acentuam - se ainda mais, com a falta de leis específicas para questões que ainda hoje, contribuem com redução na qualidade de vida.


 Dinalva Heloiza
                                         Goiânia (Vista do Parque Vaca Brava)
Com certeza nenhuma cidade em todo o mundo, sofreu tanto ou quanto a cidade de Goiânia, capital do estado de Goiás, com a questão do manejo de resíduos sólidos, protagonizado na época por catadores que encontraram a cápsula de césio 137. Quando aberta, provocou o segundo maior acidente radiológico do mundo, causando vítimas que até os dias de hoje, sofrem as consequências deste ato.
O recente e intenso clima de calor, com baixíssima umidade, que assolou Goiânia nos últimos três meses, provocou em toda a população, incontestáveis efeitos, advindos de  causas provocadas pela ausência de políticas que envolvem um novo modelo em desenvolvimento sustentável, que abranja a gestão de resíduos, a eliminação das queimadas e todos os demais fatores que envolvam mudanças climáticas, dentre outros.
Este debate continuamente abordado, por cientistas e ambientalistas, com o objetivo de apresentar as causas e efeitos das mesmas, vem paralelamente ao longo dos tempos, incomodando interesses de grupos econômicos e políticos, ao ponto de contestarem as provas e comprovações, de que toda causa gera um efeito.

Mudanças Climáticas
                                    
Estas causas, quando envolvem o equilíbrio vital dos ecossistemas da terra, os quais alimentam a vida, sem dúvida, provocam efeitos devastadores a saúde humana e a qualidade de vida em todo o planeta.
Neste mesmo momento, em que todo o planeta, testemunhou uma das maiores tragédias provocado pelos efeitos incontestáveis, em que, a maioria dos desastres naturais é a consequência dos atos irracionais, cometidos por ação “humana”.
O furacão Sandy que assolou de forma abrupta o Caribe, fazendo vítimas no Haiti, em Cuba, na República Dominicana e Jamaica, devastando a costa leste dos Estados Unidos, é um exemplo do que está vindo e ainda poderá vir a ocorrer, se acaso não houver uma ação rápida em todos os níveis das políticas públicas em cenário global, nacional, regional e local.
Na noite de sábado (27/10), cientistas emitiram um alerta, que o furacão Sandy, estava se dirigindo para a costa Leste dos Estados Unidos, após provocar vítimas em todo o Caribe. Na segunda (29), o furacão alcançou a costa leste dos Estados Unidos, fazendo vítimas e provocando devastação em cidades como: Nova York, alagou a Ilha de Manhattan, vitimou em Nova Jersey, Pensilvânia, Maryland, Virgínia Ocidental, e Costa da Carolina do Norte. Rumo ao Canadá, o furacão fez vítimas também em Toronto, dentre outras cidades em todo o seu percurso.
A devastação provocada pelo furacão contabilizou centenas de vítimas e um incalculável prejuízo financeiro. Segundo cientistas do INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que monitoraram o furacão, no Brasil, afirmaram:
- “O Sandy era uma tempestade tropical quando começou a se formar nas águas do Caribe. O furacão ainda de categoria 2, em uma escala de 1 a 5, quando passou próximo a Cuba e às Bahamas. Ao tocar a terra, na Costa Leste dos Estados Unidos, foi rebaixado para categoria 1, e virou um ciclone pós-tropical”
Com diâmetro de 1.600 km, o equivalente a distância percorrida da cidade de Porto Alegre no Rio Grande do Sul, à cidade de Vitória, no Espírito Santo, com dimensão fortalecida por ventos de até 160 km/hora, o furacão se tornou devastador.
Ao imaginarmos uma tempestade tropical, já conhecida em algumas partes do Brasil, percebemos a dimensão posterior e crescente que se formou, o que chega até mesmo à  ser inimaginável, se a mídia não estivesse mostrando toda essa devastação, hora após hora.

Educação Ambiental ou Legislação? Educar e Punir, eis a questão!
São inúmeras abordagens que envolvem as mudanças climáticas. E quando me deparei com tamanha devastação, alcançando países do Caribe e América do Norte, me coloquei a refletir: “... de quantos graus a mais, Goiânia irá precisar, para que as políticas públicas em todos os cenários, realmente assumam seu papel desenvolvimentista com visão efetivamente sustentável”. 
Não existe mesmo outra forma de se coibir atos irracionais, que não sejam através da educação ou/e por legislação. Atos que desconhecem limites, e o respeito à vida, e que continuamente atuam provocando degeneradas transformações, carecem ser punidos!
Quando não se alcança resultados através da educação, torna-se, efetivamente necessário uma legislação de cunho ambiental e penal, estabelecida por cientistas e especialistas, que detenham o necessário e elevado conhecimento ao teor que se deva imprimir a estas políticas, visando estabelecer instrumentos de preservação ambiental e legislação, para efetivamente minimizar o impacto dos elevados graus, e coibir os atos que os acentuam a cada ano em todo o Brasil, em Goiás, e particularmente em Goiânia.
O que estabelecerá tão almejada educação ambiental, e promoverá significativa qualidade de vida a toda sociedade.
Causas da gravidade do clima em Goiânia.

Um plano de desenvolvimento sustentável nunca estará completo se não incluir claras prescrições e aplicações práticas em sustentabilidade e na gestão dos resíduos, os quais diretamente são os maiores responsáveis pelos desastres climáticos e suas consequencias.
Em algumas cidades do Brasil, a questão que envolve os aterros sanitários e os lixões, é sem dúvida um dos maiores desafios as políticas públicas. Em alguns casos, uns até argumentam que são ações que não geram votos. Particularmente desconheço qualquer política direcionada ao bem estar e a qualidade de vida, base estrutural da cidadania, que não seja contemplada em urnas, em tempos eleitorais. 
Além da questão dos lixões em céu aberto, uma das causas que mais acentuam as mudanças climáticas, são as queimadas. Em Goiás, somente no mês de Julho, foram registrados 490 focos de incêndio, sendo 132, na região metropolitana de Goiânia, com maior incidência na região noroeste da capital.
Em agosto, segundo dados do INPE, os focos de queimadas no estado foram ampliados em 20%, em relação ao mês de Julho.
O mês de agosto, se comparado ao mesmo período do ano passado, registrou 2.789 focos, enquanto em 2011, neste mesmo mês, foram contabilizados 1005 focos, o que representa um aumento em mais de 100%, durante todo o período.
Em um espaço de tempo de aproximadamente 28 dias, aconteceram mais de 1.400 incêndios na vegetação do bioma cerrado, em regiões relativamente próximas a capital, Goiânia.

Causa que acentuou a gravidade

                 
                                       Queimada em Lixão Guapó
Além deste aspecto, segundo pesquisa recente, o que acentuou o agravamento da baixa umidade em Goiânia, alterando o clima em graus e em volume de incidência de carbono no ar, e o que é pior, elevados índices de gás metano, foi o fato de que, o lixão instalado a céu aberto localizado no município de Guapó, distante da capital pouco mais de trinta kms, ardeu em chamas durante todo o mês de agosto.
A queima desses resíduos em lixão protagonizou uma maior incidência em volumes de gás carbônico e metano sobre a capital goiana, o que ocorreu por ato de revolta da população daquele município, inconformada com o descaso e omissão, com que a prefeitura municipal e a gestão atual lidam com o problema.
Essa ocorrência, que se traduz em crime ambiental, provoca uma série de transtornos. Mesmo alertado pelo MP – Ministério Público, quanto a urgente necessidade na construção de um aterro sanitário em Guapó, o atual prefeito – Divino Eterno (PP), já às vésperas de concluir seu mandato, não tomou nenhuma providência no sentido de preservar os mananciais ali existentes, e mais ainda, formalizar atitudes preventivas, no contexto de saúde dos moradores da região. Urubus invadem o lixão, tornando aquele local fétido, ainda mais lúgubre. 

Fatores de Risco
São vários fatores de risco provocados pela queima nos lixões. Esse ato, lança ao ar dezenas de produtos tóxicos, os quais variam desde a fuligem, que afeta diretamente os pulmões; até às dioxinas, resultantes da queima de plásticos, com altos fatores cancerígenos.
Além do desagradável e fétido odor que emana desses locais, eles causam poluição no solo, nas águas superficiais e subterrâneas, o que é provocado pelo acúmulo do chorume, produzido pelos resíduos acumulado em processo de decomposição, comprometendo assim, os recursos hídricos.
Outro fator provocado pelo acúmulo dos resíduos, o local se torna ambiente adequado para proliferação de insetos, roedores, baratas, mosquitos, e outros, vetores comuns à febre amarela, dengue e leptospirose.
Se depositado no leito dos rios, esses dejetos, provocam assoreamentos e consequentemente, amplia-se o fluxo de enchentes e contaminação da água, afetando o meio ambiente e a saúde das populações ribeirinhas.
Acrescenta-se a esta situação o total descontrole quanto aos tipos de resíduos recebidos nestes locais, verificando-se até mesmo a disposição de dejetos originados dos serviços de saúde e das indústrias, com riscos mais do que iminentes as populações locais.
Comumente ainda se associam aos lixões fatos altamente indesejáveis, como a criação e pastagem de animais, e pior a existência de catadores (os quais muitas vezes, residem no próprio local, e em muitos casos, como ocorre ainda em Aparecida de Goiânia, muitas famílias se alimentam dos resíduos ali depositados).

                
        Situação de famílias em Lixão de Aparecida de Goiânia (Reportagem em TSD)
 Marcos Importantes

Marcos Importantes na Instituição de Políticas de Gestão de Resíduos Sólidos

A Agenda 21 constitui um marco importante de integração de ideias em nível mundial, buscando alcançar o desenvolvimento sustentável a médio e longo prazo. Nela são propostas as bases para ações em nível global, com objetivos, atividades, instrumentos e necessidades de recursos humanos e institucionais.

Consiste num documento assinado por 170 países membros da ONU, por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em junho de 1992 (SMA 1992). A partir de quatro grandes temas:

1.      A questão do desenvolvimento, com suas dimensões econômicas e sociais;

2.      Os desafios ambientais que tratam da conservação e gerenciamento de recursos para o desenvolvimento;

3.      O papel dos grupos sociais na organização e fortalecimento da sociedade humana;

4.      Os meios de implementação das iniciativas e projetos para a sua efetivação - são fornecidas as bases para o encaminhamento de iniciativas voltadas a obtenção de melhores condições ambientais e de vida

O tema resíduo sólidos na Agenda 21 permeia diversos capítulos, uma vez que não há como falar de resíduos sem discutir modelo de desenvolvimento, padrões de consumo, saúde, saneamento básico, conscientização e educação, cidadania, legislação, parcerias e recursos financeiros.

Capítulo 21, seção II -

"Buscando soluções para o problema do lixo sólido" -, apontam algumas propostas para o equacionamento dos problemas dos resíduos sólidos, merecendo destaque as seguintes recomendações:

a)       Prevenção: através da redução do volume de resíduos na fonte (com ênfase no desenvolvimento de tecnologias limpas nas linhas de produção e análise do ciclo de vida de novos produtos a serem colocados no mercado). Será necessário que os países estabeleçam critérios para reduzir o lixo de forma a influenciar padrões de produção e consumo;

b)      Reutilização: reaproveitamento direto sob a forma de um produto, tal como as garrafas retornáveis e certas embalagens reaproveitáveis;

c)       Recuperação: procurar extrair dos resíduos algumas substâncias para um determinado uso como, por exemplo, os óxidos de metais etc.;

d)      Reciclagem: promover o reaproveitamento cíclico de matérias-primas de fácil purificação como, por exemplo, papel, vidro, alumínio etc.;

e)       Tratamento: buscar a transformação dos resíduos através de tratamentos físicos, químicos e biológicos;

f)        Disposição Final: promover práticas de disposição final ambientalmente segura;

g)       Recuperação de áreas degradadas: identificar e reabilitar áreas contaminadas por resíduos (ação reparadora);

h)       Ampliação da cobertura dos serviços ligados aos resíduos: incluindo o planejamento, desde a coleta até a disposição final.


Cenário Nacional

A tributação atual que sobrecarrega o sistema econômico e em particular o consumidor, levando a sociedade a caminhar fatigada, sob o jugo de uma das maiores cargas tributário do mundo, onde ainda, as políticas não traduzem o retorno em benefícios comparativos e qualidade de vida, carece deveras de uma ampla reforma.
O Brasil necessita de legisladores qualificados em sustentabilidade, políticos que visam efetivamente o atendimento às demandas atuais da sociedade nacional, com visão futura, para que as próximas gerações, possam também ter um cenário de oportunidades e possibilidades viáveis em atenderem as suas próprias necessidades.
Um dos fatores, passíveis em alterar este cenário, em um breve futuro, está relacionado às políticas públicas a serem promulgadas na atualidade.
Deve-se levar a todos os níveis da sociedade a importância da educação ambiental, uma vez que este é um problema que atinge todas as camadas sociais.
Ao poder público cabe a disponibilização de recursos para pesquisas visando à minimização dos impactos ambientais no ambiente. Torna-se ainda necessário legislar sobre a temeridade de doenças que podem ser causadas pelo lixo no ambiente, formas apresentadas a coleta e quanto à responsabilidade do mesmo, considerando o período ideal para apresentação do lixo, tipos de contenedores ideais para este fim e locais apropriados.
É também função do poder público, administrar e gerir os resíduos, fiscalizar a população quanto a sua responsabilidade frente ao problema do lixo bem como a empresa responsável pelo serviço municipal de limpeza pública, fornecendo incentivos para aquisição e substituição de lixeiras, e outros.
Goiás em alerta

O estado de Goiás entrou no ciclo de debates sobre degradação ambiental logo após os incidentes de queimadas intencionais no Cerrado. De acordo com o Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da Universidade Federal de Goiás (UFG), de 2002 a 2010, a área queimada no bioma goiano cresceu aproximadamente 146,2%. Em nove anos, passaram de 59,5 mil quilômetros quadrados para 146,5 mil.
Além dos agravantes das queimadas urbanas e de parques ecológicos goianos, também existe a insuficiência pública no que se refere a aterros sanitários e grande quantidade de lixo espalhados pelo estado. De acordo com a associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP), Goiás necessita no mínimo de 37 aterros sanitários, para acabar com todos os lixões.
A Lei 12.305, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), tem como principal meta a erradicação de todos os lixões. Em Goiás, o projeto prevê a implantação de 17 aterros sanitários de grande porte e 20 aterros sanitários de pequeno porte, totalizando 37 aterros, a um custo de aproximadamente R$ 95,4 milhões.
Segundo o presidente da ABLP, Tadayuki Yoshimura, os dirigentes políticos devem estar atentos à situação do estado.  “A erradicação dos lixões é um assunto de extrema relevância para o país, o que faculta a elevação de nível ao Brasil em cenário internacional, no que tange à destinação final de resíduos de forma ambientalmente correta.”
O projeto prevê em todo o país, 256 aterros sanitários necessários e de grande porte e 192 aterros sanitários de pequeno porte, 448 aterros no total, com valor próximo à R$ 2 bilhões. Esta verba oriunda de recursos federais será utilizada na aquisição de terrenos, projetos, licenciamentos e instalação de células para acondicionamento de resíduos e rejeitos por um prazo de cinco anos.
“Os investimentos necessários para a operação, manutenção e ampliação dos aterros, terão prazo de 20 anos, e partirão da iniciativa privada”, explica Yoshimura, acrescentando que o projeto prevê a formação de consórcios de municípios e o regime de contratação por parcerias público-privadas, voltados a gestão dos aterros.

quinta-feira, novembro 01, 2012

Murilo Ferreira recebe prêmio concedido a Vale de pior corporação do mundo



Rio de Janeiro - Murilo Ferreira, presidente da Vale, recebeu, em mãos, nesta manhã, quarta-feira (31), pela Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale o prêmio Public Eye Awards, concedido a empresa, no início do ano, pela suas numerosas violações dos direitos socioambientais, bem como acusações de evasão fiscal e dívidas bilionárias.

Ao receber o prêmio, Murilo Ferreira disse que não considera prêmios desse tipo, por envolver organizações estrangeiras, que, na sua opinião, “querem bloquear o desenvolvimento do Brasil”.

A reunião foi o primeiro encontro entre o presidente da Vale e a Articulação dos Atingidos. Na ocasião, as organizações relataram os casos nacionais e internacionais de violações de direitos cometidos pela empresa.

Foram solicitados a Murilo Ferreira um posicionamento formal das denúncias apresentadas, o detalhamento das ações concretas para a solução dos problemas e as perspectivas de mudança da postura empresarial.

Ao ser questionado sobre a participação da Vale nas violações cometidas por Belo Monte e TKCSA, Murilo Ferreira se desresponsabilizou das acusações, alegando que embora as reconheça – as violações – a Vale não teria controle sobre esses projetos. “TKCSA e Belo Monte estão fora do meu controle. Somos sócios minoritários. Dentro da TKCSA só podemos ir ao banheiro, quando podemos”.

No caso da Serra da Gandarela, o presidente da Vale informou que o projeto Apolo está parado por falta de recursos, mas sua assessora confirmou que a Companhia continua realizando prospecções e pesquisa na última serra intacta de Minas Gerais.

Murilo Ferreira se omitiu diante as questões levantadas sobre a duplicação da estrada de ferro Carajás, violação dos direitos trabalhistas e sobre a preservação dos recursos hídricos.

E ainda disse, que são infundadas as acusações de envolvimento da Vale nos assassinatos de trabalhadores, na Guiné. Quanto a Moçambique, o presidente se limitou a reconhecer que haveria problemas com os assentamentos de Moatize e não especificou que medidas a empresa vem tomando para solucioná-los.

Denúncias

Em Piquiá, no município de Açailândia, no Maranhão, a população sofre com vínculo ambíguo e predatório da Vale com as guseiras, envolvidas em trabalho escravo, desmatamento e poluição. Há indícios de um aumento significativo no número de mortes devido a câncer nos pulmões na região.

Em Minas Gerais, no quadrilátero ferrífero, a Vale já destruiu a maior parte das áreas de cangas ferruginosas que, associadas à formação geomorfológica, protegem os mananciais de água. A atividade predatória põe em risco a segurança do abastecimento público de água, no Estado.

Foram apresentadas também denúncias de práticas anti sindicais da Vale e o descumprimento do Termo de Acordo de Conduta (TAC), junto à Organização Internacional do Trabalho (OIT), na unidade de Araucária, no Paraná.

Reivindicações

Dentre as reivindicações da Articulação estavam a solicitação de que as obras de duplicação da ferrovia Carajás aconteçam, como previsto em lei, somente após a realização de audiências públicas em todos os municípios afetados pela construção, e com a consulta prévia das comunidades tradicionais diretamente impactadas.

Também foi solicitado que a empresa se retirasse do consócio de Belo Monte. Em Altamira e na região do Xingu, as populações indígenas e ribeirinhas têm sofrido diversas violações de direitos por conta da construção da hidreléctrica. Além disso, a região sofre com a intensificação do tráfico e exploração sexual e violência de mulheres, crianças e adolescentes.

Vale e TKCSA

A Vale é sócia da TKCSA e fornecedora exclusiva do minério de ferro. Desde 2010, os moradores do entorno da TKCSA são obrigadas a conviver e respirar partículas derivados do funcionamento da empresa que até hoje funciona sem licença de operação. São muitos os relatos de problemas dermatológicos e respiratórios (constatados em relatório da Fiocruz.).

Esses mesmos moradores convivem com o barulho frequente dos trens, rachaduras nas casas pela trepidação e a poeira de minério deixada pelos trens. Além disso, os pescadores estão proibidos de pescar desde 2006, por conta das áreas de exclusão de pesca criadas com o funcionamento do porto.

Internacional

Em âmbito internacional, a Vale é responsável no processo de expropriação e deslocamento compulsório de mais de 1300 famílias, em Moçambique. Recentemente, seis pessoas foram assassinados em uma mobilização de operários que reclamavam a falta de cumprimento da Companhia de acordo trabalhistas. Lideranças locais acusam a Vale de ter fornecido veículos usados para reprimir os manifestantes.

Public Eye Awards

Em 2012, a Vale venceu o prêmio internacional Public Eye Awards, conhecido como o Nobel da vergonha corporativa mundial e concedido a empresas com graves passivos sociais e ambientais por voto popular. O prêmio foi anunciado durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. A Vale foi a vencedora com 25.041 votos, ficando à frente da japonesa TEPCO, responsável acidente nuclear de Fukushima.

Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale.

A Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale é composta por populações e comunidades atingidas, movimentos sociais, organizações e centrais sindicais de diversos países que sofrem violações de direitos cometidos pela Vale.

Estiveram presentes: a Sociedade Paraense de Direitos Humanos, o Sind-Química-PR, Pacs, Justiça nos Trilhos, Movimentos pelas Serras e Águas de Minas e Justiça Global.


Assessoria de imprensa: Glaucia Marinho - (217688-2099

quinta-feira, outubro 11, 2012

Brasil A Saudade Nossa de Cada Dia

Essa  reportagem de Junior Schutt, descreve um pouquinho o cotidiano dos brasileiros que
residem nos Estados Unidos, e as saudades que enfrentam em suas trajetórias por uma melhor
qualidade de vida.
Vale a pena conferir!


By Junior Schutt

Mencionar o Brasil, estando fora do país é sempre sinônimo de saudade, seja pelo clima,
pelas pessoas, pelos queridos que deixamos para trás, pela comida, pela alegria contagiante
tipicamente brasileira. Creio que esse é um sentimento universal para todo imigrante que carrega
no peito a vontade de reencontrar-se com aqueles a quem ama, um sentimento presente no
cotidiano de todo imigrante que largou a nação amada para construir um futuro seguro. Quem não
sente saudades, e o que é esse sentimento, como afeta as pessoas, como lidamos com esse fato?
Bob Marley escreveu que “saudade é um sentimento que quando não cabe no peito, escorre pelos olhos...”. Conversei com pessoas em nossa comunidade, imigrantes como eu, que há anos não
estão no ambiente familiar chamado Brasil, para ouvir a opinião a esse respeito.



Viviane Lisboa, 22 anos, baiana, 2 anos nos EUA:

“A grande saudade que sinto é da minha família. Gosto da vida aqui, já estou acostumada
com o  país, mas sinto falta da união que tenho com meus familiares, quando estávamos sempre
juntos em  todas as ocasiões. No início eu chorava muito, mas o avanço tecnológico facilita e
ajuda a matar a saudade. Também creio que em pouco tempo estarei pronta para visitar meu
Brasil.”


Sheila Souza, 47 anos, goiana, 8 anos nos EUA:

“Grande saudade do meu filho, do cheiro, do abraço, de conversar com ele. Sinto falta de toda
família. É muito dificil lidar com a saudade, com a distância. Mesmo com a webcam, gostaria de
tocar, de sentir minha família perto de mim. É um sentimento doloroso, chego a ligar várias vezes
ao dia, tentando me aproximar através de palavras. Tenho a esperança de que um dia estaremos
todos juntos novamente.”


Lúcia Pereira, 57 anos, mineira, 14 anos nos EUA:

“Sinto falta de tudo: a comida, os amigos, as frutas, os parentes e especialmente o clima e o
calor humano brasileiro. Sinto uma vontade enorme de regressar, faço muitas orações para
amenizar a saudade. Estou sempre conectada com os queridos lá. Gosto muito deste país, mas
chegou a hora de voltar. Ainda não alcancei meu objetivo, pois sempre me dediquei a ajudar as
pessoas, mas estou grata pela oportunidade e pronta para voltar.”


Alan Lima, 34 anos, paulista, 9 anos nos EUA:

“Uma grande falta das pessoas, especialmente do meu filho. Confesso que não sinto falta do país,
porque tudo lá é muito difícil, inclusive quando não tem estudos. Converso sempre com a minha
família, aliás é a única maneira de matar a saudade para os indocumentados. No início machucava
muito, mas quando você tem um objetivo, deve-se pagar um preço. As pessoas confundem o
aspecto de vida deste país, achando que deixaram de gostar, mas o amor continua, na
esperança do reencontro. Aprendi a lidar com a saudade, sinto-me preparado para enfrentar
a vida sozinho.”


Larissa Vilaça, 24 anos, mineira, 1 ano nos EUA:
“É muito grande a falta das minhas irmãs, dói bastante. Sinto um aperto no coração, pois nasceu
meu sobrinho e ainda não o conheci. Sinto falta de passar tempo com elas, pois fazíamos tudo juntas.
E uso o avanço da internet para estar conectada com a família.”


Marilia Delong, 27 anos, paranaense, 4 anos nos EUA:
“Sentimento muito difícil, é o forte desejo do reencontro. Sinto falta apenas da minha família, caso
contrário ficaria apenas aqui, pois gosto muito deste lugar. Uso o telefone e webcam todos os dias,
mas não é suficiente, pois parece muito superficial.”


Jean Karol, 29 anos, capixaba, 11 anos nos EUA:

“Sinto muita falta, especialmente da minha mãe que está passando por momentos muito difíceis. Essa
 falta tem sido constante, pois com a morte de meu pai, ela insiste em que eu volte. É difícil explicar
como lidar com isso, é algo que vai apertando, mas temos de ser espertos para preencher a saudade
com outras coisas, como estar com os amigos, sempre compartilhando alegria. O futebol também me
 traz alívio. Estou ansioso para casar este ano e poder regressar à terra amada.”


Publicado originalmente em Brazilian Press - Jornal da comunidade brasileira residente 
nos EUA

segunda-feira, outubro 08, 2012

Com Ronaldo, Zidane e outros craques, Brasil sediará 10ª edição da Partida Contra a Pobreza




 As duas lendas do futebol e embaixadores da Boa Vontade do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Ronaldo e Zinédine Zidane, convidam alguns dos melhores jogadores de futebol do mundo para se juntar a eles na 10ª edição da Partida Contra a Pobreza (Match Against Poverty), dia 19 de dezembro de 2012, no Brasil, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre.

Como embaixadores da Boa Vontade do PNUD, Ronaldo e Zidane serão os capitães de cada equipe do amistoso cujo objetivo é mobilizar o público no combate à pobreza.

“A luta contra a pobreza não é uma simples diversão”, afirmou Ronaldo, que lançou a iniciativa Partida Contra a Pobreza com Zidane há dez anos. “Nós jogamos esta partida para arrecadar fundos e, ao mesmo tempo, conscientizar as pessoas de que a solução para o problema está nas mãos de todos. Se trabalharmos juntos, todos serão vencedores na Partida Contra a Pobreza.”

Zidane, que irá jogar no Brasil pela primeira vez, disse que, depois de dez anos atuando ao lado de Ronaldo, está animado para encarar tanto ele quanto seus amigos nesta na Partida Contra a Pobreza. “Mesmo sendo um amistoso, estou ansioso para enfrentar meu velho amigo em Porto Alegre”, declarou.

A Partida em Porto Alegre segue o exemplo de nove edições bem sucedidas do evento, que já aconteceu em Basileia (Suíça), Madri (Espanha), Dusseldorf (Alemanha), Marselha (França), Málaga (Espanha), Fez (Marrocos), Lisboa (Portugal), Atenas (Grécia) e Hamburgo (Alemanha). Todo ano, o dinheiro arrecadado com a Partida é usado para apoiar projetos específicos em diferentes países que estão enfrentando desafios difíceis. “No décimo jogo, nós vamos usar a renda recolhida para criar soluções para o meu país e também para um programa na África no qual o Brasil participa ativamente”, explicou Ronaldo.

A lenda italiana Pierluigi Collina, que apitou oito das nove partidas realizadas até hoje, será novamente o árbitro da edição deste ano. “Não é fácil encontrar uma iniciativa filantrópica com um histórico de dez anos. A Partida Contra a Pobreza conseguiu este feito e isso é incrível!”, declarou. “Para mim sempre foi um privilégio ser convidado para ser o árbitro destas partidas e dar minha contribuição para aqueles que precisam”, afirmou Collina.

Rebeca Grynspan, Administradora-Adjunta do PNUD, acredita que a Partida Contra a Pobreza é um dos eventos mais populares e de maior alcance para o PNUD e seus parceiros. “Como o futebol é um dos esportes mais conhecidos do mundo e a pobreza é um desafio global, o evento é um instrumento maravilhoso para mobilizar pessoas e garantir que todos, em qualquer lugar do mundo, possam levar vidas saudáveis, produtivas e recompensadoras.”

Neste ano, o jogo acontecerá na Arena do Grêmio às 21h (horário de Brasília) e está sendo organizado pela agência 9ine Sports & Entertainment. O evento anual, televisionado para todo o mundo, é apoiado pela Federação Internacional de Futebol (FIFA) e pela União das Federações Europeias de Futebol (UEFA).

Ronaldo e Zidane fazem parte de um grupo de elite dos embaixadores da Boa Vontade do PNUD, que inclui outras estrelas do futebol, como Didier Drogba, Iker Casillas e Marta Vieira da Silva, e também o príncipe da Noruega Haakon Magnus, a atriz japonesa Misako Konno, a tenista Maria Sharapova e o ator espanhol Antonio Banderas.

Publicado originalmente em UNICRio

quinta-feira, outubro 04, 2012

Fieg presta homenagem a personalidades da indústria, com a “Medalha da Ordem do Mérito Industrial”, por relevantes contribuições ao desenvolvimento.


Por Dinalva Heloiza 

Com agenda marcada para ocorrer no espaço do Centro Cultural Paulo Afonso Ferreira - Teatro SESI – em 18 de outubro de 2012, às 20 horas, será realizada a solenidade de entrega da mais elevada condecoração da indústria, a Medalha da Ordem do Mérito Industrial.

A homenagem, concedida pela Fieg a personalidades e instituições, é um reconhecimento do setor produtivo por relevantes serviços prestados ao desenvolvimento socioeconômico do Estado e do País.
Este ano, serão oito condecorados pela Ordem do Mérito Industrial da Fieg, são eles:


1. Antônio de Sousa Almeida – Empresário, possui uma histórica trajetória de lutas junto ao setor produtivo goiano. Hoje ele preside o Conselho Temático de Responsabilidade Social da FIEG, onde em conjunto com toda a diretoria, ele estimula, promove, e busca estabelecer ao setor produtivo em Goiás, uma nova visão relativa aos padrões de administração e produção do setor alinhados com a Responsabilidade Social Empresarial.

Antonio acumula ainda os cargos de terceiro vice-presidente da FIEG; presidente do Conselho Temático de Responsabilidade Social da FIEG, e a presidência do SIGEGO – Sindicato das Indústrias Gráficas em Goiás.  Empresário do setor gráfico em Goiás, a Gráfica Kelps, desenvolve uma linha de serviços voltada principalmente aos talentos da literatura em Goiás. Escritores e Jornalistas, em todo o estado tem seus trabalhos publicados pela Kelps.

2. João Essado, empresário no setor de curtume em Goiás, João Essado, é também Presidente do Sindicato das indústrias de Curtume e correlatos no estado de Goiás, e um dos membros do Conselho de Meio Ambiente da FIEG, o qual tem prestado relevante apoio às indústrias em Goiás no contexto de suas atividades e os impactos ambientais relacionados às mesmas.


3. José Magno Pato, empresário, é também presidente do sindicato das indústrias de Carnes e Derivados no estado de Goiás e Tocantins, e Membro do Conselho Temático de Comércio Exterior da FIEG. Magno Pato possui uma extensa ficha de serviços, lutas e conquistas, que beneficiam o setor produtivo de carnes e derivados no estado.


4. Marduk Duarte - Empreendedor dinamico, é presidente da Confederação Nacional dos Jovens Empresários (CONAJE). Advogado, integra as comissões de Direito Imobiliário e Urbanístico e Direito Empresarial da OAB-GO. Além disso é empresário e industrial goiano. Foi ainda vice-presidente do Conselho Temático Fieg Jovem. Marduk foi presidente da AJE- Associação Jovem Empreendedor em Goiás, por dois mandatos, hoje ele é membro do Conselho Consultivo da entidade.  


5. Orizomar Araújo Siqueira, empresário, Cromart - Ind. e Com. de Trancas para Veículos Automotores;    é também presidente do Conselho Temático de Relações do Trabalho da FIEG. É também presidente do SIMELGO - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Goiás.


6. Pedro Daniel Bittar, empresário, ex- Presidente da ACIEG, Membro do Conselho de Curadores da UFG e 1ª Corte de Conciliação e Arbitragem da ACIEG; Membro do Comitê Estadual de Implementação do Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte . Seplan/Sebrae. É também Membro do Conselho de Administração da AGIR/ Assoc. Goiana de Integralização e Reabilitação (CRER), dentre outros.

                                                       

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7. Reinaldo Fonseca dos Reis, é economista, foi pioneiro na criação de entidades representativas da categoria em Goiás. Participou ativamente da diretoria do Sindicato dos Economistas do Estado de Goiás, desde a formação da entidade. Foi também nomeado primeiro delegado em Goiás na gestão 1975/1976 do Conselho. Regional de Economia de Brasília – DF, 11ª Região, dentre outros.


8. Robson Braga de Andrade, Presidente da Confederação Nacional da Indústria.

Eleito por unanimidade presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em 12 de maio último, Robson Braga de Andrade foi empossado oficialmente em 29 de outubro passado para comandar a entidade pelos próximos quatro anos, em substituição a Armando Monteiro Neto, que exerceu o cargo por dois mandatos.

Ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) por dois mandatos (2002 a 2010), Robson Braga de Andrade, 61 anos, é mineiro de São João Del Rey. Engenheiro mecânico formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), industrial, será o 12º presidente da CNI.

Há 30 anos, Robson Braga de Andrade preside a Orteng Equipamentos e Sistemas Ltda, empresa de ponta sediada em Contagem, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, que produz equipamentos para os segmentos de energia, petróleo, gás, mineração, siderurgia, saneamento, telecomunicações e transportes.

Antes de ser eleito, era segundo vice-presidente da CNI. Foi presidente dos conselhos temáticos de Meio Ambiente e de Assuntos Legislativos da entidade, diretor do conselho de Empresários da América Latina (2004/2006), membro do Conselho de Estratégia da ABDIB (Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base, 2001/2003).

É membro titular do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República (CDES) e vice-presidente da Confederação Empresarial da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). Coordenou, também na CNI, os trabalhos da Comissão Especial de Mineração, que identificou uma agenda comum dos segmentos da mineração e elaborou propostas de aperfeiçoamento das políticas e do marco regulatório do setor.

Robson Braga de Andrade é especializado em gestão estratégica para dirigentes empresariais pela Fundação Dom Cabral e pelo INSEAD (Instituto Europeu de Administração de Negócios), na França.

História do Prêmio “Ordem do Mérito Industrial”

Criada em 1958 pela CNI para distinguir personalidades e instituições pelos relevantes serviços prestados à indústria e ao País, a Medalha da Ordem do Mérito Industrial foi instituída por inspiração do exemplo de pioneiros do setor produtivo que, com criatividade e visão de futuro, forjaram as bases do moderno parque industrial brasileiro. A exemplo da CNI, a Fieg instituiu, em 1968, seu Mérito Industrial, como reverência do segmento industrial a empresários e personalidades que se destacaram no cenário goiano.

Em Goiás, o Mérito Industrial já foi outorgado a 87 personalidades, dentre elas cinco ex-ministros de Estado e seis ex-governadores, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, quando completou 100 anos, e a Organização Jaime Câmara, no meio século do Jornal O Popular.

Fonte: FIEG

Créditos das Fotos - Arquivo de Imagens da FIEG/ACIEG/CNI

Estratégias para resíduos sólidos serão discutidas em 2013


Por Agostinho Vieira


As contribuições de representantes da sociedade civil, de governos e do setor privado para a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) no país serão concluídas no fim do ano que vem. Enquanto isso, os debates municipais e regionais que precedem o encontro, marcado para outubro de 2013, começam em três meses. Mas será apenas durante a 4ª Conferência Nacional de Meio Ambiente (CNMA), que esses setores vão apresentar, em tom mais conclusivo, as estratégias que já foram incorporadas em suas atividades e as novas medidas que ainda poderão ser adotadas.

Silvano Silvério da Costa, diretor do Departamento de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente (MMA), explicou que a conferência é um processo. “Haverá mobilização local para depois chegar à conferência. Temos as etapas regional e municipal que começam em janeiro”, acrescentou. Ao lembrar que os debates municipais e regionais terão início poucos dias depois da posse dos novos prefeitos, que serão eleitos este mês, o diretor do MMA acrescentou que eles começarão os mandatos dando prioridade à área em que há maior necessidade de medidas urgentes.

Silvério destacou que a conferência não é o local das “resoluções”, mas tem papel fundamental para esclarecer metas e driblar dificuldades na adoção das exigências previstas pela PNRS. Alguns especialistas endossam a aposta e acreditam que tanto a conferência quanto os eventos preparatórios podem minimizar, ao longo desses meses, alguns dos temores em relação às determinações da política.

“A estratégia do governo é priorizar a implementação da politica”, disse Silvério. Mas, as regras, criadas em 2010, com responsabilidades previstas para todos os setores e esferas de governo no tratamento e destinação de resíduos, ainda estão longe dos resultados esperados.

Este ano, por exemplo, alguns prazos importantes, previstos pela PNRS, chegaram ao fim. Desde o último dia 2 de agosto, as prefeituras e governos estaduais que quiserem recursos federais para o manejo de resíduos têm que apresentar um plano local com estratégias para o setor. A norma e o prazo foram publicados há dois anos, mas a maioria das administrações locais não cumpriu a determinação. Mais de 90% das prefeituras não apresentaram os planos municipais.

As autoridades estaduais e municipais alertam, agora, para as dificuldades em desativar lixões. A política nacional prevê que todos os lixões do país sejam extintos até 2014. Muitos administradores públicos, no entanto, alegam não ter recursos suficientes para atender à exigência e apontam o excesso de burocracia, principalmente em relação aos contratos licitados com empresas de transporte e administradoras de depósitos que ainda estarão em vigor em 2014.

“Costumo dizer que o prazo dos lixões é muito ousado, mas tivemos uma avaliação história que mostrou que em 1998, 35% dos resíduos eram despejados em aterros. Esse volume aumentou para 58% em 2008, período em que ainda não tínhamos a Política Nacional de Resíduos Sólidos”, disse Silvério, acrescentando que o fim dos lixões já é uma “tendência dos últimos dez anos e por isso não é impossível”. Dados do Ministério das Cidades mostram que mais da metade dos 5.564 municípios brasileiros ainda não dão a destinação correta para o lixo.

Pelo lado dos empresários, a discussão gira em torno da logística reversa, que prevê o retorno para a indústria de materiais como eletroeletrônicos e pneus, para que possam ser novamente aproveitados pelo fabricante. O mecanismo exige o envolvimento de todos na linha de produção e distribuição, desde fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e o próprio consumidor.

O governo pretende, com a conferência, aumentar o conhecimento técnico, científico e político sobre o tema. “O que vai acontecer é um processo de cada um internalizar as responsabilidades e implementar. A conferência vai dar luz e capilaridade ao debate. A intenção não é levantar demandas, mas mostrar que cada um pode absorver sua responsabilidade”, explicou Silvério.

A aposta é que com esse tipo de debate, empresas, governos e organizações sociais busquem alternativas que integrem produção e consumo sustentáveis, a redução de impactos ambientais nas cidades brasileiras e que estimulem a geração de emprego e renda a partir das medidas adotadas em todo o país em relação ao tratamento e destino de resíduos sólidos.

Técnicos do MMA ainda estão elaborando o texto-base que servirá de ponto de partida para as discussões entre representantes de universidades, povos indígenas, comunidades tradicionais, trabalhadores, organizações não governamentais, movimentos sociais e empresários.

Publicado originalmente em Ecoverde/Globo.com
(Fonte/Agência Brasil)

terça-feira, outubro 02, 2012

Mensalão: Entenda o que significa cada crime


Do Lei dos Homens – Gilbson Alencar


Confira, a seguir, os crimes pelos quais os réus no processo do mensalão (Ação Penal 470) estão sendo acusados. Veja o que significam, a legislação, as penas e os nomes dos envolvidos em cada caso. O crime com mais acusados é o de Lavagem de Dinheiro (32 réus) e com menos acusados é de Gestão Fraudulenta (4 réus). O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento da AP 470 no dia 2 de agosto.
1. Formação de quadrilha (artigo 288 do Código Penal)
O que é: Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes.
Pena: reclusão, de 1 a 3 anos.
Réus no processo do mensalão acusados pela prática desse crime: José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano de Mello Paz, Rogério Lanza Tolentino, Simone Reis Lobo de Vasconcelos, Geiza Dias dos Santos, Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Vinícius Samarane, Ayanna Tenório Torres de Jesus, Pedro da Silva Corrêa de Oliveira Andrade Neto, Pedro Henry Neto, João Cláudio de Carvalho Genu, Enivaldo Quadrado, Breno Fischberg, Carlos Alberto Quaglia, Valdemar Costa Neto, Jacinto de Souza Lamas, e Antônio de Pádua de Souza Lamas (pedido de absolvição em alegações finais, com base no art. 386, inciso VII do Código de Processo Penal).
Total: 22 réus.
2. Corrupção ativa (artigo 333 do Código Penal)
O que é: Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício.
Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.
Réus no processo do mensalão acusados pela prática desse crime: José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano de Mello Paz, Rogério Lanza Tolentino, Simone Reis Lobo de Vasconcelos, Geiza Dias dos Santos e Anderson Adauto Pereira.
Total: 10 réus.
3. Corrupção passiva (artigo 317 do Código Penal)
O que é: Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem.
Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.
Réus no processo do mensalão acusados pela prática desse crime: Roberto Jefferson, João Paulo Cunha, Henrique Pizzolato, Pedro da Silva Corrêa de Oliveira Andrade Neto, Pedro Henry Neto, João Cláudio de Carvalho Genu, Valdemar Costa Neto, Jacinto de Souza Lamas, Carlos Alberto Rodrigues Pinto (Bispo Rodrigues), Emerson Eloy Palmieri, Romeu Ferreira Queiroz e José Rodrigues Borba.
Total: 12 réus.
4. Peculato (artigo 312 do Código Penal)
O que é: Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.
Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.
Réus no processo do mensalão acusados pela prática desse crime: Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano de Mello Paz, João Paulo Cunha, Luiz Gushiken (pedido de absolvição em alegações finais, com base no art. 386, inciso VII do Código de Processo Penal) e Henrique Pizzolato.
Total: 6 réus.
5. Lavagem de dinheiro (artigo 1º, incisos V, VI e VII, da Lei nº 9.613/98)
O que é: Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente de crime praticado por organização criminosa: contra a Administração Pública, inclusive a exigência, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, de qualquer vantagem, como condição ou preço para a prática ou omissão de atos administrativos; e contra o sistema financeiro nacional (Revogado pela Lei nº 12.683, de 2012).
Pena: reclusão, de 3 a 10 anos, e multa.
Réus no processo do mensalão acusados pela prática desse crime: Roberto Jefferson, Marcos Valério, João Paulo Cunha, Ramon Hollerbach, Cristiano de Mello Paz, Rogério Lanza Tolentino, Simone Reis Lobo de Vasconcelos, Geiza Dias dos Santos, Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Vinícius Samarane, Henrique Pizzolato, Pedro da Silva Corrêa de Oliveira Andrade Neto, Pedro Henry Neto, João Cláudio de Carvalho Genu, Enivaldo Quadrado, Breno Fischberg, Carlos Alberto Quaglia, Valdemar Costa Neto, Jacinto de Souza Lamas, Antônio de Pádua de Souza Lamas (pedido de absolvição em alegações finais, com base no art. 386, inciso VII do Código de Processo Penal), Carlos Alberto Rodrigues Pinto (Bispo Rodrigues), Emerson Eloy Palmieri, Romeu Ferreira Queiroz, Paulo Roberto Galvão da Rocha, Anita Leocádia Pereira da Costa, Luiz Carlos da Silva (Professor Luizinho), João Magno de Moura, Anderson Adauto Pereira, José Luiz Alves, José Eduardo Cavalcanti de Mendonça (Duda Mendonça) e Zilmar Fernandes Silva.
Total: 32 réus.
6. Evasão de divisas (artigo 22, parágrafo único, da Lei nº 7.492/86)
O que é: Efetuar operação de câmbio não autorizada, com o fim de promover evasão de divisas do País. Incorre na mesma pena quem, a qualquer título, promove, sem autorização legal, a saída ou divisa para o exterior, ou nele mantiver depósitos não declarados à repartição federal competente.
Pena: reclusão, de 2 a 6 anos, e multa.
Réus no processo do mensalão acusados pela prática desse crime: Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano de Mello Paz, Simone Reis Lobo de Vasconcelos, Geiza Dias dos Santos, Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Vinícius Samarane, José Eduardo Cavalcanti de Mendonça (Duda Mendonça) e Zilmar Fernandes Silva.
Total: 10 réus.
7. Gestão fraudulenta (artigo 4º da Lei nº 7.492/86)
O que é: Gerir fraudulentamente instituição financeira.
Pena: reclusão, de 3 a 12 anos, e multa.
Réus no processo do mensalão acusados pela prática desse crime: Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório Torres de Jesus.
Total: 4 réus.
Fonte: Planalto e Código Penal (Editora Revista dos Tribunais – 11ª edição)

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