As 7 Maravilhas da Natureza eleitas pela New7Wonders

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A América do Sul ganhou com a Floresta Amazônica e a Foz do Iguaçú

quinta-feira, outubro 11, 2012

Brasil A Saudade Nossa de Cada Dia

Essa  reportagem de Junior Schutt, descreve um pouquinho o cotidiano dos brasileiros que
residem nos Estados Unidos, e as saudades que enfrentam em suas trajetórias por uma melhor
qualidade de vida.
Vale a pena conferir!


By Junior Schutt

Mencionar o Brasil, estando fora do país é sempre sinônimo de saudade, seja pelo clima,
pelas pessoas, pelos queridos que deixamos para trás, pela comida, pela alegria contagiante
tipicamente brasileira. Creio que esse é um sentimento universal para todo imigrante que carrega
no peito a vontade de reencontrar-se com aqueles a quem ama, um sentimento presente no
cotidiano de todo imigrante que largou a nação amada para construir um futuro seguro. Quem não
sente saudades, e o que é esse sentimento, como afeta as pessoas, como lidamos com esse fato?
Bob Marley escreveu que “saudade é um sentimento que quando não cabe no peito, escorre pelos olhos...”. Conversei com pessoas em nossa comunidade, imigrantes como eu, que há anos não
estão no ambiente familiar chamado Brasil, para ouvir a opinião a esse respeito.



Viviane Lisboa, 22 anos, baiana, 2 anos nos EUA:

“A grande saudade que sinto é da minha família. Gosto da vida aqui, já estou acostumada
com o  país, mas sinto falta da união que tenho com meus familiares, quando estávamos sempre
juntos em  todas as ocasiões. No início eu chorava muito, mas o avanço tecnológico facilita e
ajuda a matar a saudade. Também creio que em pouco tempo estarei pronta para visitar meu
Brasil.”


Sheila Souza, 47 anos, goiana, 8 anos nos EUA:

“Grande saudade do meu filho, do cheiro, do abraço, de conversar com ele. Sinto falta de toda
família. É muito dificil lidar com a saudade, com a distância. Mesmo com a webcam, gostaria de
tocar, de sentir minha família perto de mim. É um sentimento doloroso, chego a ligar várias vezes
ao dia, tentando me aproximar através de palavras. Tenho a esperança de que um dia estaremos
todos juntos novamente.”


Lúcia Pereira, 57 anos, mineira, 14 anos nos EUA:

“Sinto falta de tudo: a comida, os amigos, as frutas, os parentes e especialmente o clima e o
calor humano brasileiro. Sinto uma vontade enorme de regressar, faço muitas orações para
amenizar a saudade. Estou sempre conectada com os queridos lá. Gosto muito deste país, mas
chegou a hora de voltar. Ainda não alcancei meu objetivo, pois sempre me dediquei a ajudar as
pessoas, mas estou grata pela oportunidade e pronta para voltar.”


Alan Lima, 34 anos, paulista, 9 anos nos EUA:

“Uma grande falta das pessoas, especialmente do meu filho. Confesso que não sinto falta do país,
porque tudo lá é muito difícil, inclusive quando não tem estudos. Converso sempre com a minha
família, aliás é a única maneira de matar a saudade para os indocumentados. No início machucava
muito, mas quando você tem um objetivo, deve-se pagar um preço. As pessoas confundem o
aspecto de vida deste país, achando que deixaram de gostar, mas o amor continua, na
esperança do reencontro. Aprendi a lidar com a saudade, sinto-me preparado para enfrentar
a vida sozinho.”


Larissa Vilaça, 24 anos, mineira, 1 ano nos EUA:
“É muito grande a falta das minhas irmãs, dói bastante. Sinto um aperto no coração, pois nasceu
meu sobrinho e ainda não o conheci. Sinto falta de passar tempo com elas, pois fazíamos tudo juntas.
E uso o avanço da internet para estar conectada com a família.”


Marilia Delong, 27 anos, paranaense, 4 anos nos EUA:
“Sentimento muito difícil, é o forte desejo do reencontro. Sinto falta apenas da minha família, caso
contrário ficaria apenas aqui, pois gosto muito deste lugar. Uso o telefone e webcam todos os dias,
mas não é suficiente, pois parece muito superficial.”


Jean Karol, 29 anos, capixaba, 11 anos nos EUA:

“Sinto muita falta, especialmente da minha mãe que está passando por momentos muito difíceis. Essa
 falta tem sido constante, pois com a morte de meu pai, ela insiste em que eu volte. É difícil explicar
como lidar com isso, é algo que vai apertando, mas temos de ser espertos para preencher a saudade
com outras coisas, como estar com os amigos, sempre compartilhando alegria. O futebol também me
 traz alívio. Estou ansioso para casar este ano e poder regressar à terra amada.”


Publicado originalmente em Brazilian Press - Jornal da comunidade brasileira residente 
nos EUA

segunda-feira, outubro 08, 2012

Com Ronaldo, Zidane e outros craques, Brasil sediará 10ª edição da Partida Contra a Pobreza




 As duas lendas do futebol e embaixadores da Boa Vontade do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Ronaldo e Zinédine Zidane, convidam alguns dos melhores jogadores de futebol do mundo para se juntar a eles na 10ª edição da Partida Contra a Pobreza (Match Against Poverty), dia 19 de dezembro de 2012, no Brasil, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre.

Como embaixadores da Boa Vontade do PNUD, Ronaldo e Zidane serão os capitães de cada equipe do amistoso cujo objetivo é mobilizar o público no combate à pobreza.

“A luta contra a pobreza não é uma simples diversão”, afirmou Ronaldo, que lançou a iniciativa Partida Contra a Pobreza com Zidane há dez anos. “Nós jogamos esta partida para arrecadar fundos e, ao mesmo tempo, conscientizar as pessoas de que a solução para o problema está nas mãos de todos. Se trabalharmos juntos, todos serão vencedores na Partida Contra a Pobreza.”

Zidane, que irá jogar no Brasil pela primeira vez, disse que, depois de dez anos atuando ao lado de Ronaldo, está animado para encarar tanto ele quanto seus amigos nesta na Partida Contra a Pobreza. “Mesmo sendo um amistoso, estou ansioso para enfrentar meu velho amigo em Porto Alegre”, declarou.

A Partida em Porto Alegre segue o exemplo de nove edições bem sucedidas do evento, que já aconteceu em Basileia (Suíça), Madri (Espanha), Dusseldorf (Alemanha), Marselha (França), Málaga (Espanha), Fez (Marrocos), Lisboa (Portugal), Atenas (Grécia) e Hamburgo (Alemanha). Todo ano, o dinheiro arrecadado com a Partida é usado para apoiar projetos específicos em diferentes países que estão enfrentando desafios difíceis. “No décimo jogo, nós vamos usar a renda recolhida para criar soluções para o meu país e também para um programa na África no qual o Brasil participa ativamente”, explicou Ronaldo.

A lenda italiana Pierluigi Collina, que apitou oito das nove partidas realizadas até hoje, será novamente o árbitro da edição deste ano. “Não é fácil encontrar uma iniciativa filantrópica com um histórico de dez anos. A Partida Contra a Pobreza conseguiu este feito e isso é incrível!”, declarou. “Para mim sempre foi um privilégio ser convidado para ser o árbitro destas partidas e dar minha contribuição para aqueles que precisam”, afirmou Collina.

Rebeca Grynspan, Administradora-Adjunta do PNUD, acredita que a Partida Contra a Pobreza é um dos eventos mais populares e de maior alcance para o PNUD e seus parceiros. “Como o futebol é um dos esportes mais conhecidos do mundo e a pobreza é um desafio global, o evento é um instrumento maravilhoso para mobilizar pessoas e garantir que todos, em qualquer lugar do mundo, possam levar vidas saudáveis, produtivas e recompensadoras.”

Neste ano, o jogo acontecerá na Arena do Grêmio às 21h (horário de Brasília) e está sendo organizado pela agência 9ine Sports & Entertainment. O evento anual, televisionado para todo o mundo, é apoiado pela Federação Internacional de Futebol (FIFA) e pela União das Federações Europeias de Futebol (UEFA).

Ronaldo e Zidane fazem parte de um grupo de elite dos embaixadores da Boa Vontade do PNUD, que inclui outras estrelas do futebol, como Didier Drogba, Iker Casillas e Marta Vieira da Silva, e também o príncipe da Noruega Haakon Magnus, a atriz japonesa Misako Konno, a tenista Maria Sharapova e o ator espanhol Antonio Banderas.

Publicado originalmente em UNICRio

quinta-feira, outubro 04, 2012

Fieg presta homenagem a personalidades da indústria, com a “Medalha da Ordem do Mérito Industrial”, por relevantes contribuições ao desenvolvimento.


Por Dinalva Heloiza 

Com agenda marcada para ocorrer no espaço do Centro Cultural Paulo Afonso Ferreira - Teatro SESI – em 18 de outubro de 2012, às 20 horas, será realizada a solenidade de entrega da mais elevada condecoração da indústria, a Medalha da Ordem do Mérito Industrial.

A homenagem, concedida pela Fieg a personalidades e instituições, é um reconhecimento do setor produtivo por relevantes serviços prestados ao desenvolvimento socioeconômico do Estado e do País.
Este ano, serão oito condecorados pela Ordem do Mérito Industrial da Fieg, são eles:


1. Antônio de Sousa Almeida – Empresário, possui uma histórica trajetória de lutas junto ao setor produtivo goiano. Hoje ele preside o Conselho Temático de Responsabilidade Social da FIEG, onde em conjunto com toda a diretoria, ele estimula, promove, e busca estabelecer ao setor produtivo em Goiás, uma nova visão relativa aos padrões de administração e produção do setor alinhados com a Responsabilidade Social Empresarial.

Antonio acumula ainda os cargos de terceiro vice-presidente da FIEG; presidente do Conselho Temático de Responsabilidade Social da FIEG, e a presidência do SIGEGO – Sindicato das Indústrias Gráficas em Goiás.  Empresário do setor gráfico em Goiás, a Gráfica Kelps, desenvolve uma linha de serviços voltada principalmente aos talentos da literatura em Goiás. Escritores e Jornalistas, em todo o estado tem seus trabalhos publicados pela Kelps.

2. João Essado, empresário no setor de curtume em Goiás, João Essado, é também Presidente do Sindicato das indústrias de Curtume e correlatos no estado de Goiás, e um dos membros do Conselho de Meio Ambiente da FIEG, o qual tem prestado relevante apoio às indústrias em Goiás no contexto de suas atividades e os impactos ambientais relacionados às mesmas.


3. José Magno Pato, empresário, é também presidente do sindicato das indústrias de Carnes e Derivados no estado de Goiás e Tocantins, e Membro do Conselho Temático de Comércio Exterior da FIEG. Magno Pato possui uma extensa ficha de serviços, lutas e conquistas, que beneficiam o setor produtivo de carnes e derivados no estado.


4. Marduk Duarte - Empreendedor dinamico, é presidente da Confederação Nacional dos Jovens Empresários (CONAJE). Advogado, integra as comissões de Direito Imobiliário e Urbanístico e Direito Empresarial da OAB-GO. Além disso é empresário e industrial goiano. Foi ainda vice-presidente do Conselho Temático Fieg Jovem. Marduk foi presidente da AJE- Associação Jovem Empreendedor em Goiás, por dois mandatos, hoje ele é membro do Conselho Consultivo da entidade.  


5. Orizomar Araújo Siqueira, empresário, Cromart - Ind. e Com. de Trancas para Veículos Automotores;    é também presidente do Conselho Temático de Relações do Trabalho da FIEG. É também presidente do SIMELGO - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Goiás.


6. Pedro Daniel Bittar, empresário, ex- Presidente da ACIEG, Membro do Conselho de Curadores da UFG e 1ª Corte de Conciliação e Arbitragem da ACIEG; Membro do Comitê Estadual de Implementação do Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte . Seplan/Sebrae. É também Membro do Conselho de Administração da AGIR/ Assoc. Goiana de Integralização e Reabilitação (CRER), dentre outros.

                                                       

                                              não encontramos imagens disponibilizadas 


7. Reinaldo Fonseca dos Reis, é economista, foi pioneiro na criação de entidades representativas da categoria em Goiás. Participou ativamente da diretoria do Sindicato dos Economistas do Estado de Goiás, desde a formação da entidade. Foi também nomeado primeiro delegado em Goiás na gestão 1975/1976 do Conselho. Regional de Economia de Brasília – DF, 11ª Região, dentre outros.


8. Robson Braga de Andrade, Presidente da Confederação Nacional da Indústria.

Eleito por unanimidade presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em 12 de maio último, Robson Braga de Andrade foi empossado oficialmente em 29 de outubro passado para comandar a entidade pelos próximos quatro anos, em substituição a Armando Monteiro Neto, que exerceu o cargo por dois mandatos.

Ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) por dois mandatos (2002 a 2010), Robson Braga de Andrade, 61 anos, é mineiro de São João Del Rey. Engenheiro mecânico formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), industrial, será o 12º presidente da CNI.

Há 30 anos, Robson Braga de Andrade preside a Orteng Equipamentos e Sistemas Ltda, empresa de ponta sediada em Contagem, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, que produz equipamentos para os segmentos de energia, petróleo, gás, mineração, siderurgia, saneamento, telecomunicações e transportes.

Antes de ser eleito, era segundo vice-presidente da CNI. Foi presidente dos conselhos temáticos de Meio Ambiente e de Assuntos Legislativos da entidade, diretor do conselho de Empresários da América Latina (2004/2006), membro do Conselho de Estratégia da ABDIB (Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base, 2001/2003).

É membro titular do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República (CDES) e vice-presidente da Confederação Empresarial da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). Coordenou, também na CNI, os trabalhos da Comissão Especial de Mineração, que identificou uma agenda comum dos segmentos da mineração e elaborou propostas de aperfeiçoamento das políticas e do marco regulatório do setor.

Robson Braga de Andrade é especializado em gestão estratégica para dirigentes empresariais pela Fundação Dom Cabral e pelo INSEAD (Instituto Europeu de Administração de Negócios), na França.

História do Prêmio “Ordem do Mérito Industrial”

Criada em 1958 pela CNI para distinguir personalidades e instituições pelos relevantes serviços prestados à indústria e ao País, a Medalha da Ordem do Mérito Industrial foi instituída por inspiração do exemplo de pioneiros do setor produtivo que, com criatividade e visão de futuro, forjaram as bases do moderno parque industrial brasileiro. A exemplo da CNI, a Fieg instituiu, em 1968, seu Mérito Industrial, como reverência do segmento industrial a empresários e personalidades que se destacaram no cenário goiano.

Em Goiás, o Mérito Industrial já foi outorgado a 87 personalidades, dentre elas cinco ex-ministros de Estado e seis ex-governadores, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, quando completou 100 anos, e a Organização Jaime Câmara, no meio século do Jornal O Popular.

Fonte: FIEG

Créditos das Fotos - Arquivo de Imagens da FIEG/ACIEG/CNI

Estratégias para resíduos sólidos serão discutidas em 2013


Por Agostinho Vieira


As contribuições de representantes da sociedade civil, de governos e do setor privado para a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) no país serão concluídas no fim do ano que vem. Enquanto isso, os debates municipais e regionais que precedem o encontro, marcado para outubro de 2013, começam em três meses. Mas será apenas durante a 4ª Conferência Nacional de Meio Ambiente (CNMA), que esses setores vão apresentar, em tom mais conclusivo, as estratégias que já foram incorporadas em suas atividades e as novas medidas que ainda poderão ser adotadas.

Silvano Silvério da Costa, diretor do Departamento de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente (MMA), explicou que a conferência é um processo. “Haverá mobilização local para depois chegar à conferência. Temos as etapas regional e municipal que começam em janeiro”, acrescentou. Ao lembrar que os debates municipais e regionais terão início poucos dias depois da posse dos novos prefeitos, que serão eleitos este mês, o diretor do MMA acrescentou que eles começarão os mandatos dando prioridade à área em que há maior necessidade de medidas urgentes.

Silvério destacou que a conferência não é o local das “resoluções”, mas tem papel fundamental para esclarecer metas e driblar dificuldades na adoção das exigências previstas pela PNRS. Alguns especialistas endossam a aposta e acreditam que tanto a conferência quanto os eventos preparatórios podem minimizar, ao longo desses meses, alguns dos temores em relação às determinações da política.

“A estratégia do governo é priorizar a implementação da politica”, disse Silvério. Mas, as regras, criadas em 2010, com responsabilidades previstas para todos os setores e esferas de governo no tratamento e destinação de resíduos, ainda estão longe dos resultados esperados.

Este ano, por exemplo, alguns prazos importantes, previstos pela PNRS, chegaram ao fim. Desde o último dia 2 de agosto, as prefeituras e governos estaduais que quiserem recursos federais para o manejo de resíduos têm que apresentar um plano local com estratégias para o setor. A norma e o prazo foram publicados há dois anos, mas a maioria das administrações locais não cumpriu a determinação. Mais de 90% das prefeituras não apresentaram os planos municipais.

As autoridades estaduais e municipais alertam, agora, para as dificuldades em desativar lixões. A política nacional prevê que todos os lixões do país sejam extintos até 2014. Muitos administradores públicos, no entanto, alegam não ter recursos suficientes para atender à exigência e apontam o excesso de burocracia, principalmente em relação aos contratos licitados com empresas de transporte e administradoras de depósitos que ainda estarão em vigor em 2014.

“Costumo dizer que o prazo dos lixões é muito ousado, mas tivemos uma avaliação história que mostrou que em 1998, 35% dos resíduos eram despejados em aterros. Esse volume aumentou para 58% em 2008, período em que ainda não tínhamos a Política Nacional de Resíduos Sólidos”, disse Silvério, acrescentando que o fim dos lixões já é uma “tendência dos últimos dez anos e por isso não é impossível”. Dados do Ministério das Cidades mostram que mais da metade dos 5.564 municípios brasileiros ainda não dão a destinação correta para o lixo.

Pelo lado dos empresários, a discussão gira em torno da logística reversa, que prevê o retorno para a indústria de materiais como eletroeletrônicos e pneus, para que possam ser novamente aproveitados pelo fabricante. O mecanismo exige o envolvimento de todos na linha de produção e distribuição, desde fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e o próprio consumidor.

O governo pretende, com a conferência, aumentar o conhecimento técnico, científico e político sobre o tema. “O que vai acontecer é um processo de cada um internalizar as responsabilidades e implementar. A conferência vai dar luz e capilaridade ao debate. A intenção não é levantar demandas, mas mostrar que cada um pode absorver sua responsabilidade”, explicou Silvério.

A aposta é que com esse tipo de debate, empresas, governos e organizações sociais busquem alternativas que integrem produção e consumo sustentáveis, a redução de impactos ambientais nas cidades brasileiras e que estimulem a geração de emprego e renda a partir das medidas adotadas em todo o país em relação ao tratamento e destino de resíduos sólidos.

Técnicos do MMA ainda estão elaborando o texto-base que servirá de ponto de partida para as discussões entre representantes de universidades, povos indígenas, comunidades tradicionais, trabalhadores, organizações não governamentais, movimentos sociais e empresários.

Publicado originalmente em Ecoverde/Globo.com
(Fonte/Agência Brasil)

terça-feira, outubro 02, 2012

Mensalão: Entenda o que significa cada crime


Do Lei dos Homens – Gilbson Alencar


Confira, a seguir, os crimes pelos quais os réus no processo do mensalão (Ação Penal 470) estão sendo acusados. Veja o que significam, a legislação, as penas e os nomes dos envolvidos em cada caso. O crime com mais acusados é o de Lavagem de Dinheiro (32 réus) e com menos acusados é de Gestão Fraudulenta (4 réus). O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento da AP 470 no dia 2 de agosto.
1. Formação de quadrilha (artigo 288 do Código Penal)
O que é: Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes.
Pena: reclusão, de 1 a 3 anos.
Réus no processo do mensalão acusados pela prática desse crime: José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano de Mello Paz, Rogério Lanza Tolentino, Simone Reis Lobo de Vasconcelos, Geiza Dias dos Santos, Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Vinícius Samarane, Ayanna Tenório Torres de Jesus, Pedro da Silva Corrêa de Oliveira Andrade Neto, Pedro Henry Neto, João Cláudio de Carvalho Genu, Enivaldo Quadrado, Breno Fischberg, Carlos Alberto Quaglia, Valdemar Costa Neto, Jacinto de Souza Lamas, e Antônio de Pádua de Souza Lamas (pedido de absolvição em alegações finais, com base no art. 386, inciso VII do Código de Processo Penal).
Total: 22 réus.
2. Corrupção ativa (artigo 333 do Código Penal)
O que é: Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício.
Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.
Réus no processo do mensalão acusados pela prática desse crime: José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano de Mello Paz, Rogério Lanza Tolentino, Simone Reis Lobo de Vasconcelos, Geiza Dias dos Santos e Anderson Adauto Pereira.
Total: 10 réus.
3. Corrupção passiva (artigo 317 do Código Penal)
O que é: Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem.
Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.
Réus no processo do mensalão acusados pela prática desse crime: Roberto Jefferson, João Paulo Cunha, Henrique Pizzolato, Pedro da Silva Corrêa de Oliveira Andrade Neto, Pedro Henry Neto, João Cláudio de Carvalho Genu, Valdemar Costa Neto, Jacinto de Souza Lamas, Carlos Alberto Rodrigues Pinto (Bispo Rodrigues), Emerson Eloy Palmieri, Romeu Ferreira Queiroz e José Rodrigues Borba.
Total: 12 réus.
4. Peculato (artigo 312 do Código Penal)
O que é: Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.
Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.
Réus no processo do mensalão acusados pela prática desse crime: Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano de Mello Paz, João Paulo Cunha, Luiz Gushiken (pedido de absolvição em alegações finais, com base no art. 386, inciso VII do Código de Processo Penal) e Henrique Pizzolato.
Total: 6 réus.
5. Lavagem de dinheiro (artigo 1º, incisos V, VI e VII, da Lei nº 9.613/98)
O que é: Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente de crime praticado por organização criminosa: contra a Administração Pública, inclusive a exigência, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, de qualquer vantagem, como condição ou preço para a prática ou omissão de atos administrativos; e contra o sistema financeiro nacional (Revogado pela Lei nº 12.683, de 2012).
Pena: reclusão, de 3 a 10 anos, e multa.
Réus no processo do mensalão acusados pela prática desse crime: Roberto Jefferson, Marcos Valério, João Paulo Cunha, Ramon Hollerbach, Cristiano de Mello Paz, Rogério Lanza Tolentino, Simone Reis Lobo de Vasconcelos, Geiza Dias dos Santos, Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Vinícius Samarane, Henrique Pizzolato, Pedro da Silva Corrêa de Oliveira Andrade Neto, Pedro Henry Neto, João Cláudio de Carvalho Genu, Enivaldo Quadrado, Breno Fischberg, Carlos Alberto Quaglia, Valdemar Costa Neto, Jacinto de Souza Lamas, Antônio de Pádua de Souza Lamas (pedido de absolvição em alegações finais, com base no art. 386, inciso VII do Código de Processo Penal), Carlos Alberto Rodrigues Pinto (Bispo Rodrigues), Emerson Eloy Palmieri, Romeu Ferreira Queiroz, Paulo Roberto Galvão da Rocha, Anita Leocádia Pereira da Costa, Luiz Carlos da Silva (Professor Luizinho), João Magno de Moura, Anderson Adauto Pereira, José Luiz Alves, José Eduardo Cavalcanti de Mendonça (Duda Mendonça) e Zilmar Fernandes Silva.
Total: 32 réus.
6. Evasão de divisas (artigo 22, parágrafo único, da Lei nº 7.492/86)
O que é: Efetuar operação de câmbio não autorizada, com o fim de promover evasão de divisas do País. Incorre na mesma pena quem, a qualquer título, promove, sem autorização legal, a saída ou divisa para o exterior, ou nele mantiver depósitos não declarados à repartição federal competente.
Pena: reclusão, de 2 a 6 anos, e multa.
Réus no processo do mensalão acusados pela prática desse crime: Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano de Mello Paz, Simone Reis Lobo de Vasconcelos, Geiza Dias dos Santos, Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Vinícius Samarane, José Eduardo Cavalcanti de Mendonça (Duda Mendonça) e Zilmar Fernandes Silva.
Total: 10 réus.
7. Gestão fraudulenta (artigo 4º da Lei nº 7.492/86)
O que é: Gerir fraudulentamente instituição financeira.
Pena: reclusão, de 3 a 12 anos, e multa.
Réus no processo do mensalão acusados pela prática desse crime: Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório Torres de Jesus.
Total: 4 réus.
Fonte: Planalto e Código Penal (Editora Revista dos Tribunais – 11ª edição)

domingo, setembro 30, 2012

Compêndio de estudos do IPEA - Brasil em Desenvolvimento - aponta bases a um Projeto Nacional.



Por Dinalva Heloiza




Em um estudo do IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, na área de investimentos públicos, vários especialistas em economia fazem uma análise do desenvolvimento em cenário brasileiro, onde apontam que, para alavancar o desenvolvimento, é necessário que o investimento público, esteja focado em áreas fundamentais, tais como: Educação, Saúde e Infra estrutura. O estudo aponta ainda que agilidade e melhor gestão dos recursos, são fundamentos essenciais para que planejamento em áreas sensíveis possam conquistar eficiência.

O estudo inicia, fazendo um alerta, caso queira impulsionar o crescimento da economia, e manter o atual ciclo do desenvolvimento, o governo federal sabe que terá que acionar uma variável a essa expansão: a taxa de investimento.

Com um PIB - Produto Interno Bruto, na casa dos 18,7%%, no primeiro trimestre de 2012, este percentual vem em ascensão desde 2003, quando marcava 15,3%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), lembrando que houve pequenas lacunas, em 2005, 2009 e 2011 – e o estudo faz ainda um alerta, talvez haja outra ainda em 2012. Porém, nenhuma com intensidade suficiente para ameaçar a mudança de patamar da variável.

Quanto maiores os investimentos de uma economia, maiores os gastos das empresas com a aquisição de bens de capital. Lembrando que, máquinas, equipamentos e material de construção,servem para produzir outros bens. Economias com elevada produção e expansão econômica, como o caso da China, possuem taxa de investimento acima de 40% do PIB.

Ainda que o governo federal, não planeje atingir esse patamar, já é consenso, a necessidade em ultrapassar a casa dos 20% do PIB o mais rapidamente possível.O Plano Plurianual (PPA) 2012-2015, prevê investimentos em 23,2% do PIB ao final do período. Ainda mais ambicioso, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem como objetivo o nível de 24% já em 2014.

O problema, é que há muitas barreiras para se alcançar essa mudança de patamar. E uma das mais relevantes, diz respeito à origem dos recursos financeiros. No ciclo em que caminha a economia brasileira, a oferta de dinheiro para investimentos, provém de fontes diversas, tanto públicas quanto privadas, mas historicamente, é a primeira que desempenha um papel de maior destaque.

Recursos Públicos

Através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o governo focou ampliar a capacidade produtiva das empresas nacionais. Entre 2003 e 2010, os desembolsos da instituição saltaram de um patamar de R$ 33,5 bilhões para R$ 180 bilhões, quase seis vezes mais. Sendo que, este maior volume foi investido no período de 2009 a 2010. O que representa um aumento significativo em termos reais, pois a inflação medida pelo IPCA no período 2003 e 2010 foi de 43%.

A questão é que parece cada vez mais difícil manter essa expansão. Durante anos, o BNDES sustentou o aumento de financiamentos operando os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), mas esse modelo encontra-se em fase de esgotamento.

Isso ocorre porque o crescimento do caixa disponível do FAT não acontece na mesma proporção em que demanda por recursos. No ciclo entre 2003 e 2010, essas receitas tiveram aumento de 9% ao ano, mas a demanda por benefícios sociais, como o abono salarial e o seguro--desemprego, cresceu à taxa de 14,1% ao ano, no mesmo período.

A perda da relevância do FAT para o BNDES também é revelada pela queda de sua participação no conjunto dos recursos do banco. Entre 2007 e 2010, sua parcela nos passivos da instituição caiu de 62% para 24%. Isso não significa, porém, que o BNDES está perdendo sua posição de destaque como financiador do desenvolvimento.

Fontes Diversificadas

Para substituir o FAT e lastrear sua capacidade de financiamento, o banco tem utilizado recursos do Tesouro Nacional. Entre 2007 e 2010, a participação desta fonte nos passivos da instituição saltou de 7% para 46%. No biênio 2009-2010, o Tesouro capitalizou o BNDES em R$ 180 bilhões; em 2011, esse valor atingiu R$ 55 bilhões; e são esperados mais R$ 55 bilhões em 2012.

A transição de fontes de recursos tem gerado um debate sobre seus custos. Como os empréstimos a empresas são feitos a taxas relativamente baixas, na prática o BNDES subsidia o setor produtivo, o que poderia limitar economicamente e até politicamente essa geração de recursos.

O que garante a manutenção dessa estratégia, entre outras razões, é a percepção de que a atuação de instituições públicas como o BNDES, em operações anticíclicas, tem sido fundamental para amenizar os efeitos da crise externa no país.

Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal

É o mesmo papel desempenhado, aliás, por Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal nos últimos anos e, sobretudo, após o início da turbulência internacional, em 2008. O tema também foi objeto de estudo realizado pelos técnicos do IPEA em 2011, quando se divulgou o comunicado Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econômica Federal: a atuação dos bancos públicos federais no período 2003-2010.O trabalho mostra que, embora o estoque de crédito dos bancos privados tenha crescido entre 2004 e 2008 a taxas mais elevadas que a dos bancos públicos, estes tiveram um desempenho mais relevante quanto ao crédito setorial.

No início, as instituições privadas nacionais lideraram a taxa de crescimento real do estoque de crédito até 2007. Em média, esseíndice avançou 8,7% em 2004 (ante 2,5%entre os bancos públicos), 23,9% em 2005(14,8%), 17,5% em 2006 (15,8%) e 25,9%em 2007 (10,2%).

Dianteira Estatal

A partir de 2008, porém, Banco do Brasil, Caixa e BNDES tomaram dianteira. As operações cresceram 27% entre essas instituições em 2008 (ante 16,5% entre as privadas) e 34,3% em 2009 (9,8%). Apenas em 2010 os bancos privados voltaram a liderar a expansão (10,2% ante 9,1%). “Após a crise, essa expansão só foi possível pelo fator de atuação dos bancos públicos, que supriram a lacuna dos privados”, analisou na ocasião Victor Araújo, técnico da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do IPEA, um dos autores do estudo.

Além da atuação anticíclica em momentos de crise, a pesquisa afirma que as instituições públicas desempenham no Brasil a função de estímulo ao desenvolvimento, sobretudo ao fornecerem linhas de crédito de longo prazo ou de maior risco – pouco disponíveis pela banca privada. Nesse aspecto, destaca-se a atuação do BNDES para o fomento da indústria, do Banco do Brasil para a agricultura, e da Caixa para o setor da habitação.

Isso só é possível porque a atuação dos bancos públicos está associada à gestão de “fundos de natureza para-fiscal”, que possibilitam fontes estáveis de recursos de baixo custo. Além da gestão do FAT pelo BNDES, já mencionada, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) é gerido pela Caixa, e linhas de desenvolvimento regionais, como o Fundo Constitucional de Financiamento para o Centro-Oeste (FCO), estão sob responsabilidade do BB.

Investimentos Federais

A importância do setor público brasileiro para a formação da taxa de investimento do país não se resume à atuação dos bancos públicos. Recursos do orçamento fiscal da União são as principais fontes de construção da infraestrutura de transportes do país, em sua maior parte sob gestão estatal.

Mantendo-se acima de 3% do PIB desde 2010, os investimentos públicos federais vêm se elevando paulatinamente desde a década de 1990, quando permaneciam abaixo de 1,5% do PIB. Houve “soluços”no período, é claro, e também uma maior aceleração a partir de 2008.

Segundo Rodrigo Octávio Orair, também técnico da Dimac/IPEA, “a expansão dos investimentos da União pode ser atribuída à flexibilização da política fiscal e a uma mudança de orientação do governo, ainda embrionária, no sentido de reassumir seu papel no planejamento estratégico”.

O técnico do IPEA explica que a maior parte da expansão desses investimentos se deve ao setor de transportes rodoviários. Outro destaque foram os desembolsos do Grupo Petrobras a partir de 2007. A aceleração dos gastos da empresa coincidiu com o anúncio da descoberta de petróleo leve na camada do pré-sal, em meados de 2007, e do início das explorações, no ano seguinte, além de sua retirada do cálculo da meta com superávit primário, já em 2009.

“As pessoas não enxergam que, mesmo com as reformas liberalizantes da década de 1990, o setor público e as estatais continuam sendo decisivos em áreas estratégicas da infraestrutura. O governo deixou o setor industrial de transformação e privatizou as telecomunicações, mas petróleo e gás seguem muito concentrados”, diz Orair, ressaltando o papel dessas companhias para o investimento.

Barreiras a Superar

Ainda que haja mais disposição do governo federal em investir, uma série de barreiras dificulta esse processo.

Carlos Alvares da Silva Campos Neto, coordenador de Infraestrutura Econômica do IPEA, ressalta que “pela primeira vez na histórica econômica, há recursos fiscais no orçamento que não estão sendo utilizados, por entraves administrativos ou de gestão”.

Ele cita cinco dificuldades:

  1. ·         A Lei de Licitações (8.666) possui dispositivos que tornam mais lenta a execução dos investimentos;
  2. ·         Má elaboração de projetos pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), e a Valec, onerando e atrasando as obras;
  3. ·         Intervenções do Tribunal de Contas da União;
  4. ·         Demora no licenciamento ambiental dos projetos;
  5. ·         Lentidão nas desapropriações, como as necessárias para construção de linhas de transmissão de energia.

Segundo Campos Neto, o governo federal já tem essas dificuldades mapeadas e age para superá-las. Ele alerta, porém, que não bastará para o país suprir suas necessidades em infraestrutura o simples uso dos recursos fiscais disponíveis. É necessário mais. Ainda que o país tenha elevado em quase quatro vezes os aportes em infraestrutura, para 0,7% do PIB, entre 2003 e 2010, outras nações emergentes chegam a gastar 3,4%.

Para isso, é preciso mais ação pública e não se deve esperar pelo setor privado. O coordenador do IPEA admite que, para setores como energia elétrica, petróleo e gás, companhias privadas têm mais interesse, seja individualmente ou em parceria com estatais.

Desinteresse Privado

Mas isso não ocorre no ramo de transportes, em que muitos projetos possuem baixa viabilidade financeira e, por isso, não atraem o setor privado.

Campos Neto lembra que 13,5% da malha rodoviária federal já estão concedidos à iniciativa privada, restando poucas estradas que possam despertar interesse. “Entre 75% e 80% da malha sempre precisarão de recursos fiscais”, diz ele.

É o mesmo para os aeroportos. Segundo o técnico, apenas entre 10 e 12 aeroportos interessam aos gestores privados. Se todos forem repassados, a Infraero ainda manterá sob sua gestão mais de 50 unidades, que sempre demandarão recursos públicos. E novos precisarão ser construídos para ampliar a integração do território.

Esse cenário revela, por um lado, a dificuldade em se contar com o setor privado como financiador de projetos de médio elongo prazo. Conforme cálculos do próprio IPEA, 60% do salto de operações de crédito dos seis maiores bancos privados nacionais estão comprometidos com operações de até um ano. Por outro, revela a importância em manter fortes os instrumentos públicos de investimentos, não só em termos de fontes de recursos, mas também na eficiência de sua gestão.

Fonte: IPEA Desafios

quarta-feira, setembro 26, 2012

Mensalão: balanço do 27º dia de julgamento


Lewandowski conclui voto sobre réus ligados ao Partido Progressista

Durante a sessão do dia 24 de setembro (o 27º dia de julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal), o revisor da Ação Penal 470, Ricardo Lewandowski, concluiu a parte do seu voto que diz respeito aos réus ligados ao Partido Progressista (PP). O ministro analisou os casos do ex-assessor da liderança do PP, João Cláudio Genu, e dos sócios da empresa Bonus Banval, Enivaldo Quadrado e Breno Fischberg.
O Ministério Público Federal (MPF) afirma na denúncia que a Banval teria sido utilizada para o repasse dos valores enviados pelo publicitário Marcos Valério, também réu no processo, ao PP.
Lewandowski votou pela condenação de Genu por corrupção passiva e formação de quadrilha, contudo ele foi absolvido do crime de lavagem de dinheiro. Segundo o entendimento do revisor, há comprovação da materialidade e autoria de delitos por parte do réu. “João Cláudio Genu era muito mais do que um intermediário dos repasses”, afirmou o ministro ao lembrar que Marcos Valério disse em juízo que Genu sempre estava presente nas reuniões que o publicitário mantinha com a Bonus Banval, empresa financeira que teria transferido parte dos recursos para o partido.
“É difícil acreditar” que um economista que prestou serviços à Câmara como assessor de diversos deputados federais “tenha atuado apenas como interposta pessoa para repassar os valores descritos na denúncia”. Dessa forma, Lewandowski entendeu que estão comprovadas “a autoria e a materialidade do crime de corrupção passiva a justificar a condenação de João Cláudio Genu nos moldes do artigo 137, combinado com o artigo 29 do Código Penal”.
Sobre a imputação de lavagem de dinheiro, o ministro-revisor considerou que tal acusação não ficou comprovada pelo MPF. Segundo ele, Genu não tinha como saber que os valores que recebia não tinham sido informados ao Banco Central ou ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Quadrado era o responsável pelos saques
Lewandowski votou pela condenação de Enivaldo Quadrado pelos crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Conforme seu voto, o sócio da Banval era responsável pelos saques efetuados na agência do Banco Rural localizada na Avenida Paulista, em São Paulo, do dinheiro enviado pelas agências de Marcos Valério para ser repassado a parlamentares do PP.
De acordo com o revisor, Quadrado teria utilizado a Bonus Banval para fazer os repasses após a recusa de Valério em continuar realizando saques em espécie por meio de Simone Vasconcelos, funcionária do publicitário. A utilização da Banval teria começado em 2004, quando o então deputado federal José Janene (falecido) indicou a corretora para viabilizar os repasses.
“Os mecanismos utilizados para recebimento dos valores apresentam características típicas de lavagem de dinheiro”, afirmou Lewandowski ao destacar que foram utilizados artifícios para dificultar a identificação, a origem e o destino dos recursos e dos verdadeiros beneficiários. “Ora, se não houvesse a finalidade de ocultar o recebimento dos valores, não existiria a necessidade de recebimento de altas quantias em espécie por meio de terceiros, especialmente por intermédio do dono de uma corretora de valores, uma vez que o sistema bancário é uma das mais seguras formas de realizar pagamentos e transferências, sobretudo de modo eletrônico”, ressaltou o revisor.
Para o ministro, “não é crível que Enivaldo Quadrado, profissional com larga atuação no mercado financeiro, não tivesse conhecimento dos crimes antecedentes praticados, em especial, dos saques realizados”. Ele afirmou ainda estar convicto de que “o dolo ínsito à espécie ficou demostrado à saciedade”, o que confirma o crime de lavagem de dinheiro previsto no artigo 1º da Lei 9.613/98, com redação anterior à Lei 12.683/2012.
Fischberg é inocentado
A respeito do réu Breno Fischberg, o ministro Lewandowski afirmou que, apesar de ele ser sócio da Banval, sua participação nos fatos não ficou claramente comprovada pelo MPF. O revisor disse que não chegou “à certeza moral necessária para a condenação de Breno”. Com isso, o voto do ministro foi pela absolvição do réu pelos crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Para Lewandowski, o MPF não conseguiu descrever as condutas criminosas imputadas a Fischberg, não conseguindo provar a prática dos crimes pelo réu. O ministro disse também que Breno só foi denunciado pelo simples fato de ser sócio da Bonus Banval. Em depoimento à Justiça, Marcos Valério afirmou que não conhecia Fischberg. Quadrado também confirmou a informação do publicitário e acrescentou que realizou os saques sozinho, sem a ajuda de Breno.
“Desse modo, entendo que não se pode imputar ao réu Breno Fischberg a prática do delito previsto no artigo 1º da Lei 9.613/98 no que concerne aos quatro saques realizados na agência da Avenida Paulista do Banco Rural, por não existir prova suficiente de que deles tenha participado ou tido ciência”, afirmou o ministro-revisor.
Conclusão do voto
Ao concluir seu voto referente ao PP, Lewandowski destacou que, conforme a denúncia do MPF, José Janene (falecido), Pedro Corrêa, Pedro Henry, João Cláudio Genu, Enivaldo Quadrado, Breno Fischberg e Carlos Alberto Quaglia montaram uma estrutura criminosa. “Entendo que ficou comprovada ao longo da instrução criminal a associação de José Janene, Pedro Corrêa, João Cláudio Genu e Enivaldo Quadrado para fim de cometer crimes”, afirmou o revisor. Contudo, ele ressaltou que ao analisar a conduta de Pedro Henry e Breno Fischberg não ficou convencido da comprovação da participação dolosa dos réus nesses fatos narrados e, por isso, deve ser aplicado o princípio “na dúvida, a favor do réu” (in dubio pro reo).
Sobre Carlos Alberto Quaglia, o revisor lembrou que o Plenário determinou o desmembramento do processo em relação a esse réu, para julgamento em primeiro grau do Poder Judiciário.
Fonte: Secretaria de Comunicação do STF

Aberta seleção de pesquisa para melhorar assistência ao usuário do SUS


Portal Brasil

Serão quatro chamadas públicas, com investimento de R$ 31,24 milhões, para projetos referentes a doenças negligenciadas, terapia celular, investimento em saúde e entidades filantrópicas.

Está aberta chamada pública que irá selecionar projetos de pesquisa que contribuam para o desenvolvimento científico, tecnológico e inovação do País em cinco temas referentes à área da saúde: doenças negligenciadas, terapia celular, saúde bucal, fontes de financiamento em saúde no setor público e custo operacional global das entidades filantrópicas. Serão investidos R$ 31,24 milhões em pesquisas que vão encontrar soluções inovadoras para serem aplicadas no SUS e aprimorar o atendimento e a assistência ao usuário.

A maior parte dos recursos está concentrada em duas áreas consideradas prioritárias pelo ministério: a terapia celular, que utiliza células-tronco na recuperação de órgãos e tecidos; e as doenças negligenciadas, que são infecções que atingem populações vulneráveis de baixo poder aquisitivo e, por isso, não atraem investimentos dos grandes laboratórios privados.

As chamadas são uma parceria entre os ministérios da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 

Doenças negligenciadas

O Brasil é considerado líder mundial em pesquisas em doenças negligenciadas e irá aumentar a produção de conhecimento na área, investindo R$ 18 milhões na criação de uma Rede Nacional de Pesquisa em Doenças Negligenciadas. A rede estudará nove patologias: doença de Chagas, dengue, esquistossomose, hanseníase, helmintíases, leishmaniose, malária, tracoma e tuberculose.

As propostas de pesquisa enviadas deverão contribuir para o aprimoramento dos programas de vigilância, controle, erradicação e prevenção dessas doenças.  As inscrições vão até 9 de novembro. Acesse o edital.

Terapia celular

                                          Divulgação/Financiadora de Estudos e Projetos.
Pesquisa em terapia celular irá aprimorar tratamentos de regeneração dos rins, coração, movimento das articulações e do sistema nervoso.

A seleção para pesquisa em terapia celular também será lançada nos próximos dias e contemplará propostas que gerem novos conhecimentos, produtos e processos biotecnológicos com potencial avanço na saúde humana.

Com esta ação, o governo quer ampliar o uso da medicina regenerativa na recuperação de pacientes do SUS em tratamentos como regeneração dos rins, coração, movimento das articulações e problemas do sistema nervoso.

Serão investidos R$ 10 milhões nos projetos selecionados. Desse total, R$ 1,5 milhão será destinado ao apoio à pesquisa translacional em terapia celular no âmbito da cooperação Brasil/Cuba, com prioridade para o uso de células-tronco em doenças arteriais periféricas.

Saúde Bucal

Outras duas chamadas públicas já estão em andamento, com inscrições abertas até o mês de outubro. Uma delas é direcionada a projetos de apoio ao avanço do Brasil Sorridente , nos quais serão investidos R$ 2 milhões para financiamento de itens de custeio, capital e bolsas na modalidade fomento tecnológico. As inscrições estão abertas até o dia 13 de outubro.

Para se candidatar, é necessário que o proponente tenha o titulo de doutor, seja cadastrado na Plataforma Lattes e tenha atualizado sua titulação até a data limite para submissão da proposta. Já o projeto deve estar caracterizado como pesquisa científica, tecnológica ou inovação.

As propostas aprovadas serão financiadas no valor global estimado de R$ 2 milhões, sendo R$ 1,4 milhão em custeio, R$ 300 mil em capital e outros R$ 300 mil em bolsas.

Financiamento

A segunda chamada já aberta se destina a dois temas: fontes de financiamento em saúde no setor público, que irá selecionar propostas que contribuam com conhecimento sobre as fontes de financiamento em saúde no setor público; e custo operacional global das entidades filantrópicas, que tem o objetivo de aprimorar a relação entre o custo operacional global das ações e serviços de saúde realizados pelas entidades beneficentes e o valor repassado pelo SUS pra remuneração dos serviços prestados.

Essas pesquisas terão investimento de R$ 1,2 milhão, e as inscrições vão até 27 de outubro. Veja o edital para pesquisas sobre financiamento em saúde e a chamada sobre entidades filantrópicas.

As propostas para as chamadas já abertas devem ser encaminhadas ao CNPq exclusivamente pela internet, por intermédio do Formulário de Propostas Online, disponível na plataforma Carlos Chagas.

Assista vídeo sobre doenças negligenciadas: 
  




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