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sexta-feira, setembro 05, 2025

Um Julgamento que Transcende a própria História do Brasil!

 Dinalva Heloiza

Foto - Agência Brasil - EBC

O julgamento que se desenrola no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Jair Bolsonaro e seus aliados não é apenas mais um episódio na turbulenta história política brasileira: trata-se de um marco sem precedentes — e inspirador — para a democracia nacional.

A imprensa internacional acompanha esse julgamento como um divisor de águas. O Washington Post ressaltou o caráter histórico do processo: “Desde a sua fundação, o espectro do autoritarismo paira sobre o Brasil [...] Mas ninguém na história do Brasil — nem general nem político — jamais foi julgado em um tribunal por subverter a vontade do povo.”

O New York Times, por sua vez, descreveu o episódio como “Como Tentar, e Fracassar, Dar um Golpe”, destacando que as “evidências sugerem que foi assim que ele tentou” após a derrota eleitoral de 2022. O jornal afirmou que o caso representa “um teste crucial para a jovem democracia do país” e que “é quase certo que ele será considerado culpado e poderá enfrentar décadas de prisão.”

Ainda na Europa, o The Guardian enfatizou que “pela primeira vez na história brasileira, figuras tão poderosas enfrentam a Justiça por tentarem derrubar a democracia do país”, lembrando as mais de uma dúzia de tentativas de golpe desde 1889 e o golpe de 1964. Já o El País sintetizou o cenário com a frase: “Nunca antes um ex-presidente ou militar brasileiro havia sido responsabilizado por um golpe. Até agora.

Outros veículos, como The Economist, ampliaram a narrativa: ao estampar Bolsonaro na capa com temática simbólica, afirmou que o Brasil está dando “um exemplo de maturidade democrática aos Estados Unidos”.

Por que esse julgamento importa — e muito!


Procurador Geral da República - Paulo Gonet
Vivemos num momento em que autoritarismos fazem ressurgir ecos sombrios ao redor do mundo. Ver o Brasil, com sua história marcada por intervenções e golpes, tomar uma medida concreta de justiça contra quem tentou subverter a própria democracia é uma injeção de esperança. É uma demonstração de que as instituições — ainda que imperfeitas — podem e devem responder, com rigor e transparência, aos impulsos antidemocráticos.

Além disso, a dimensão simbólica é poderosa. Ver a Força Judiciária convocar um ex-presidente e seus aliados, em grande parte militares do alto escalão das Forças Armadas, à barra da Justiça por crimes tão graves sinaliza: ninguém está acima da lei, e a democracia deve ser protegida com unhas e dentes.

Esse julgamento, além de inédito, se configura como um ponto de inflexão. O que está em jogo não é apenas o destino de um político controverso, mas a reputação das nossas instituições e o caráter da nossa democracia. Manter esse processo aberto, com evidências robustas, acusações claras e ampla repercussão internacional, é um sinal pungente de que o Brasil pode, sim, romper ciclos de impunidade e oferecer à sociedade um futuro mais justo e responsável.

A partir de terça-feira (9), o colegiado da Primeira Turma do Supremo vai iniciar a votação que pode condenar Bolsonaro e os demais réus a mais de 30 anos de prisão.

Pesam contra os acusados a suposta participação na elaboração do plano Punhal Verde e Amarelo, com planejamento voltado ao sequestro ou homicídio do ministro Alexandre de Moraes, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente, Geraldo Alckmin.

Também consta na denúncia da PGR a produção da chamada “minuta do golpe”, documento que seria de conhecimento de Jair Bolsonaro e serviria para a decretação de medidas de estado de defesa e de sítio no país para tentar reverter o resultado das eleições de 2022 e impedir a posse do presidente Lula.

Os acusados respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. Em caso de condenação, as penas podem chegar a 30 anos de prisão. 

 

Fontes citadas:

  • Agência Brasil (matéria “Imprensa internacional destaca ineditismo do julgamento de Bolsonaro”) (Panorâmica News)
  • Veículos internacionais: Washington Post, New York Times, The Guardian, El País, The Economist (via Agência Brasil) (Panorâmica News, Congresso em Foco, El País)

 

 

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