Por Dinalva Heloiza
Chegou o grande dia. O Brasil escreve hoje um novo capítulo na história das Conferências do Clima da ONU com o início oficial da COP30, realizada pela primeira vez no coração pulsante da Floresta Amazônica, em Belém do Pará. Durante as próximas duas semanas, governos, lideranças empresariais, comunidades indígenas e representantes da sociedade civil se reúnem para debater ações concretas ao enfrentamento da crise climática global.
A cerimônia de abertura foi marcada por discursos que
ressaltaram o espírito de cooperação e a urgência por resultados efetivos. Mukhtar
Babayev, presidente da COP29, iniciou o evento transmitindo a
presidência ao embaixador André Corrêa do Lago, que agora lidera
oficialmente a COP30.
“Esta transição entre presidências é especial, porque
concluímos o livro de regras de Paris e entramos no primeiro ciclo completo de
implementação do Acordo”, afirmou Babayev, destacando a nova fase de
compromisso global com o clima.
“Os entes subnacionais têm um papel essencial na
implementação das decisões das COPs. A presença de governadores, parlamentares
e tribunais mostra que o Brasil está unido em torno da agenda climática”,
declarou Corrêa do Lago, ao lado de lideranças políticas e científicas de todo
o mundo.
O Secretário Executivo da Convenção sobre Mudanças
Climáticas, Simon Still, também reforçou a necessidade de acelerar o
ritmo global de redução das emissões de gases de efeito estufa.
“Os compromissos nacionais não estão sendo suficientes. Precisamos
agir com mais rapidez e inovação para evitar perdas econômicas e humanitárias
irreversíveis”, alertou.
Brasil no centro do debate
O ponto alto da cerimônia foi o discurso do Presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, que celebrou a realização da COP30 em território
amazônico e agradeceu ao povo paraense por sua contribuição e hospitalidade.
“Aceitamos o desafio de fazer a COP no estado da Amazônia
para provar que, com vontade política e disposição, nada é impossível”, afirmou
Lula, sob aplausos.
O presidente relembrou ainda a Cúpula da Terra,
realizada no Rio de Janeiro a ECO92, e destacou que a COP30 representa
um retorno simbólico da Convenção do Clima ao seu berço.
“Hoje, a Convenção retorna à sua terra natal para recuperar
o entusiasmo e o engajamento que embalaram seu nascimento”, disse.
A cerimônia teve encerramento emocionante com manifestações
culturais indígenas e apresentações de Fafá de Belém e Margareth
Menezes, celebrando a força da arte e da diversidade brasileira como
expressão viva da Amazônia.
Um chamado à ação global
Mais do que um evento político global, a COP30 em Belém
simboliza a esperança de um novo pacto climático, no qual a floresta,
seus povos e suas vozes ocupam o centro do debate. O desafio é imenso, mas o
Brasil — com sua biodiversidade e capacidade de liderança — reafirma ao mundo
que o futuro do planeta também se decide aqui, entre os rios, as árvores e os
corações da Amazônia.


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