Dinalva Heloiza
A cidade de Belém (PA) se prepara para receber, em novembro, do dia 10 ao dia 21, de 2025, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-30), que contará com a presença de 162 países — superando o quórum mínimo exigido e reforçando a importância global do evento na luta contra as mudanças climáticas.
Na pré-COP, que acontece
na próxima semana, 72 delegações já confirmaram presença. Este encontro
preparatório será essencial para alinhar estratégias diplomáticas e consolidar
consensos sobre financiamento climático, redução de emissões de gases
de efeito estufa e outras políticas ambientais críticas.
O Brasil e o mundo esperam que a
COP-30 marque um novo ciclo de compromissos internacionais pela proteção da
Amazônia, pelo fortalecimento do Cerrado e pela promoção da justiça
climática, em um contexto de aquecimento global recorde.
Luma Kamaiurá, analista de Conservação do WWF-Brasil, destaca a relevância do Cerrado para o equilíbrio climático do país:
“Sabemos que a Amazônia será o
principal tema, mas queremos aproveitar a COP-30 para ecoar o Cerrado para o
mundo, como o berço das águas. Sem Cerrado não há clima, não há água, não há
nada. Nosso objetivo é incluir essas pautas nos documentos oficiais e nas NDCs,
garantindo a proteção das Terras Indígenas e de povos tradicionais que
preservam este bioma.”
Enquanto isso, organizações
ambientalistas em Brasília (DF) já articulam protestos pelo fim dos
combustíveis fósseis, alertando para a necessidade de compromissos
climáticos mais ambiciosos. O Observatório do Clima ressalta que a
falta de financiamento internacional adequado e a ascensão do negacionismo
climático tornam essencial a pressão política e diplomática para que
a COP-30 avance com decisões concretas.
José Antônio Moroni, do
INESC, enfatiza que a sociedade civil deve atuar para garantir que as
resoluções da COP-30 realmente beneficiem populações e ecossistemas. Segundo
ele, práticas como o mercado de carbono e mecanismos de compensação
muitas vezes transformam o esforço climático em oportunidades de negócio,
enquanto impactos reais se acumulam: secas, enchentes, deslizamentos e
destruição de modos de vida.
A COP-30 surge como um momento
decisivo para o futuro climático do planeta, reunindo países, sociedade
civil e organizações ambientais para definir rumos concretos na proteção da
Amazônia, do Cerrado e da biodiversidade brasileira, pilares essenciais
da vida no Brasil e no mundo.
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