Dinalva Heloiza - com informações
da UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
Em todo o mundo, o jornalismo
está sob fogo. Enquanto mais indivíduos têm acesso à conteúdos como nunca
dantes, a luta contra a polarização política e as mudanças tecnológicas facilitam
a rápida disseminação do discurso do ódio, misoginia e "falsas notícias",
muitas vezes levando a restrições desproporcionais à liberdade de
expressão. Em um número cada vez maior de países, os jornalistas enfrentam
ataques físicos e verbais que ameaçam sua capacidade de reportar notícias e
informações ao público.
Em face de tais desafios, este
novo volume da série Tendências mundiais sobre liberdade de expressão e
mídia desenvolve uma análise crítica das novas tendências da liberdade
de mídia, do pluralismo, da independência e da segurança dos jornalistas.
Com um enfoque especial na
igualdade de gênero na mídia, o relatório fornece uma perspectiva global que
serve como um recurso essencial para os Estados Membros da UNESCO, organizações
internacionais, grupos da sociedade civil, academia e indivíduos que procuram
compreender a mudança da paisagem global da mídia.
04) Tendências da segurança de
jornalistas
Entre 2012 e 2016, 530
jornalistas foram mortos, uma média de duas mortes por semana. Devido ao
contínuo conflito e instabilidade, os assassinatos em partes da região árabe
permanecem muito altos. Após um pico em 2012, a região africana
testemunhou um declínio significativo nos assassinatos de jornalistas.
O assassinato de mulheres
jornalistas aumentaram durante o período, de cinco mulheres jornalistas mortas
em 2012 para 10 em 2016. Embora os assassinatos de correspondentes estrangeiras
tendam a obter a publicidade global, 92 por cento das jornalistas mortas
durante este período eram repórteres locais. A impunidade por crimes
contra jornalistas continua a ser a norma, com justiça em apenas um em cada 10
casos.
No entanto, os Estados-Membros
mostraram uma maior capacidade de resposta ao pedido da então Diretora Geral Miss
Irina Bokova, em disponibilizarem informações sobre o estado dos inquéritos
judiciais relacionados aos assassinatos de jornalistas, com mais de 70%
respondendo - em vários graus de detalhes - em 2017.
Em 2013, a Assembleia Geral da ONU
declarou o dia 2 de novembro como o Dia Internacional para Acabar com a Impunidade
por crimes contra Jornalistas, cada vez mais observado em todo o mundo.
Continuando com as tendências
anteriores, também houve um aumento substancial de outras formas de violência
contra os jornalistas, incluindo o sequestro, o desaparecimento forçado, a
detenção arbitrária e a tortura.
A região árabe viu um aumento
acentuado em jornalistas tomados por refém pelos grupos extremistas
violentos. A segurança digital é uma preocupação crescente para
jornalistas em todas as regiões, com ameaças acentuadas pela intimidação e pelo
assédio, desinformação e campanhas de difamação, desfiguração de sites e
ataques técnicos, bem como vigilância arbitrária. As mulheres jornalistas,
em particular, experimentaram um crescente abuso, perseguição e assédio contínuo.
Apesar das difíceis
circunstâncias em que muitos jornalistas exercem suas atividades, foram tomadas
medidas significativas para conscientização e impedir a violência contra jornalistas
através do Plano de Ação da ONU sobre a Segurança dos Jornalistas e a questão
da Impunidade.
Desde 2012, a Assembleia Geral da
ONU, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, o Conselho de Segurança
da ONU e a UNESCO adotaram 10 resoluções ou decisões relacionadas à segurança
dos jornalistas. Uma consulta às múltiplas partes para revisão da
implementação do Plano de Ação da ONU, o que ocorreu em junho de 2017 em
Genebra, na Suíça, apresentando 30 opções em ações à serem consideradas pela
ONU, Estados Membros, organizações intergovernamentais regionais, sociedade
civil, atores da mídia, intermediários de internet e academia.
Veja o Infográfico
Veja o Infográfico
Acesso ao Relatório em PDF - (Francês)
Veja à seguir os Gráficos e Estatísticas deste painel de Estudos.
Jornalistas mortos por ano e por região, 2012-2016
Jornalistas mortos por país, 2012-2016
Mapa de Jornalistas mortos por região, 2012-2016
Jornalistas mortos por país 2016
Jornalistas mortos em países em conflitos armados, 2012-2016
Jornalistas mortos pelo status de emprego, 2012-2016
Jornalistas mortos por tipo de mídia, 2012-2016
Jornalistas locais e estrangeiros mortos, 2012-2016
Status do inquérito judicial sobre o assassinato de jornalistas, 2006-2016
Status do inquérito judicial sobre jornalistas assassinados por região, 2006-2016
Resposta dos estados membro sobre as informações solicitadas pela UNESCO, sobre o status do inquérito judicial, 2017.
Porcentagem dos estados membros que responderam as informações solicitadas pela UNESCO sobre a segurança de jornalistas, 2013-2017.
Jornalistas mortas por status de gênero, 2012-2016
Resoluções da ONU sobre a segurança de jornalistas adotadas desde 2012.
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