O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou variação de
0,50% em dezembro, pouco abaixo dos 0,52% de novembro. Com isto, o ano fechou
em 6,50%, acima da taxa de 5,91% relativa a 2010. Em dezembro do ano anterior, o
IPCA havia ficado em 0,63%.
IPCA de 6,50% é o maior desde 2004
A variação do IPCA em 2011 foi de 6,50 %, a maior desde 2004 (7,60%) e 0,59
ponto percentual acima da taxa de 5,91% de 2010. A maioria dos grupos de
produtos e serviços pesquisados apresentou variação maior que a do ano anterior.
O grupo que mais subiu foi transporte, que passou de 2,41% para 6,05%.
As exceções foram alimentação e bebidas (de 10,39% para 7,18%) e artigos
de residência (de 3,53% para 0,00%).
Em 2011, o consumidor passou a ter mais despesas com transporte. Foram
3,64 pontos percentuais a mais de um ano para o outro em razão do crescimento
de preços de vários itens importantes no orçamento das famílias, como passagens
aéreas e etanol.
Apesar dos preços de alimentação e bebidas terem crescido menos, este foi o
grupo que exerceu o maior impacto no ano. Responsáveis por 23,46% do
orçamento das famílias, o grupo se apropriou de 1,69 ponto percentual do
índice, o que representa 26% dele. Isto se deve à forte pressão dos alimentos
consumidos fora do domicílio, cujos preços subiram 10,49% em 2011, seguindo
a alta de 9,81% de 2010.
O item refeição fora, também aumentando 10,49%, exerceu o principal impacto
individual no IPCA do ano, com 0,47 ponto percentual. Já os alimentos de consumo
no domicílio, ficaram mais caros em 5,43%, bem menos do que os 10,70% de 2010.
Considerando os principais impactos individuais, após a refeição fora, empataram, na
segunda posição, colégios (cursos regulares) e empregados domésticos, ambos com
0,40 ponto percentual.
Pelos serviços dos empregados domésticos as famílias passaram a pagar salários
mais altos em 11,37%, variação um pouco menor do que a de 2010 (11,82%).
Outros itens também continuaram subindo, como os serviços bancários (de –1,55%
em 2010 para 12,46% em 2011), serviços de manicure (de 8,32% para 11,29%) e
de cabeleireiro (de 8,16% para 9,88%),o que levou as despesas pessoais a 8,61%,
maior variação de grupo, acima dos 7,37% do ano anterior.
Os colégios, cujas mensalidades haviam aumentado 6,64% em 2010, chegaram a
8,09% em 2011. Com os cursos diversos (idioma, informática, etc.) atingindo 10,52%,
também acima de 2010 (7,01%), o grupo educação fechou o ano com 8,06%, acima dos
6,22% do ano anterior.
O consumidor passou a pagar mais caro, também, pelo aluguel residencial, que fechou
2011 em 11,01%, após ter aumentado 7,42% no ano anterior. Com isto, as despesas
com habitação foram de 5,00% em 2010 para 6,75% em 2011, aí incluídos aumentos
expressivos na taxa de água e esgoto (de 3,37% para 8,30%), artigos de limpeza
(de 2,45% para 6,94%) e mão-de obra para reparos no domicílio (de 10,55%
para 9,56%).
Ficou mais pesado, ainda, para pagar o plano de saúde, cujas mensalidades cresceram
7,54% no ano, ante 6,86% de 2010. Junto com a alta nos preços dos serviços de
hospitalização e cirurgia (de 8,81% para 11,63%), dentistas (de 8,03% em 2010 para
9,03%) e remédios (de 3,37% para 4,39%), o plano de saúde elevou as despesas com
o grupo saúde e cuidados pessoais para 6,32%, que havia aumentado 5,07% em 2010.
Os artigos de vestuário, que vieram de 7,52% em 2010, passaram para 8,27%. As
despesas com artigos de residência, de 3,53% em 2010 para zero em 2011, e
comunicação, de 0,88% para 1,52%, apresentaram os mais baixos resultados no ano.
Quanto às regiões metropolitanas pesquisadas, o maior resultado ocorreu em Curitiba
(7,13%) em virtude do aumento nos preços da alimentação fora do domicílio, que
chegou a 16,20%. Belém ficou com o menor índice (4,74%) em função do grupo
alimentação e bebidas, com 5,59%, e dos preços do gás de botijão, que ficou
9,19% mais barato.
Alimentação e bebidas respondem por 58% do índice de dezembro
No IPCA de dezembro (0,50%), embora os produtos alimentícios e os artigos de
vestuário tenham mostrado aceleração na taxa de crescimento de preços, os demais
grupos de produtos e serviços apresentaram redução em relação ao mês anterior
ou níveis relativamente próximos.
O grupo alimentação e bebidas se manteve em alta e, ao passar de 1,08% em
novembro para 1,23% em dezembro, exerceu impacto de 0,29 ponto percentual
no índice do mês, o que significa ter sido responsável por 58% do IPCA.
Esta foi impulsionada pelas carnes, que ficaram 4,11% mais caras após já
terem subido 2,63% em novembro. Com 0,10 ponto percentual, lideraram os
principais impactos do mês.
Os artigos de vestuário também subiram, indo da taxa de 0,58% de novembro para
0,80% em dezembro. As roupas masculinas chegaram a 1,57% no mês após a taxa
de -0,04% de novembro.
Já os artigos de residência, foram de 0,05% em novembro para –0,87% em dezembro.
Influenciados pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) a partir de 1º de dezembro, os eletrodomésticos ficaram 2,68%% mais baratos, quando em novembro
a variação havia sido de 0,30%. Quanto aos artigos de TV, Som e Informática, os
preços caíram ainda mais, indo de –1,28% para –1,82%.
Nos transportes, a variação foi nula em dezembro e de 0,01% em novembro. As principais
influências para baixo foram exercidas pelas passagens aéreas (de 3,91% para -2,05%),
seguro voluntário (de –0,56% para –6,86%) e automóvel usado (de –1,08% para –0,32%).
Os combustíveis (de –0,10% para 0,35%), por outro lado, voltaram a subir.
Nas despesas pessoais, que foram de 0,88% em novembro para 0,68% em dezembro,
o destaque ficou com os empregados domésticos, cuja alta de 1,03% foi mais branda do
que os 1,36% do mês anterior. Já os serviços de cabeleireiro, o aumento foi ainda maior,
passando de 1,19% para 1,83%. No grupo comunicação (de 0,39% para 0,07%), a
influência para baixo foi exercida pela telefonia celular (de 1,79% para 0,01%), tendo em
vista que a maior parte do reajuste ocorrido foi apropriada no mês anterior. Registre-se que
a partir do dia 22 de dezembro as tarifas do telefone fixo, que foi de zero para 0,22%
tiveram reajuste em torno de 2%.
Quanto aos demais grupos, registraram variações próximas às de novembro: habitação
(de 0,47% para 0,45%), saúde e cuidados pessoais (de 0,42% para 0,44%) e educação
(de 0,02% para 0,05%).
Dentre os índices regionais, Salvador (0,98%) apresentou o maior resultado, sob impacto
dos alimentos, que chegaram a aumentar 2,07%. Os combustíveis também tiveram forte
aumento em Salvador, com a gasolina atingindo variação de 7,84% e o etanol, 7,19%.
Porto Alegre (0,19%) ficou com o mais baixo resultado do mês em razão da taxa dos
alimentos (0,18%), que cresceu bem menos do que as demais regiões.
Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de
30 de novembro a 28 de dezembro de 2011 (referência) com os preços vigentes no
período 28 de outubro a 29 de novembro de 2011 (base). O IPCA, calculado pelo
IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários
mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange nove regiões metropolitanas do País, além do município e Goiânia e de Brasília.
INPC fecha 2011 em 6,08%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apresentou variação de 0,51% em
dezembro, abaixo do resultado de 0,57% de novembro. Com isto, o acumulado do ano
fechou em 6,08%, abaixo da taxa de 6,47% relativa a igual período de 2010.
Os alimentos tiveram variação de 6,27% e os não alimentícios, 6,00%. Em 2010
os alimentos subiram 10,82% e os não alimentícios 4,63%.
Em dezembro de 2010, o INPC havia ficado em 0,60 %. Os produtos alimentícios
apresentaram variação de 1,14% em dezembro, enquanto os não alimentícios
aumentaram 0,23%. Em novembro, os resultados ficaram em 1,18% e 0,30 %,
respectivamente.
Dentre os índices regionais, Salvador (0,83%) apresentou o maior resultado, sob
impacto dos alimentos, que chegaram a aumentar 2,05%. Além dos alimentos, a
gasolina teve forte aumento em Salvador, atingindo 7,84%. Em posição inversa,
Porto Alegre (0,04%) ficou com o mais baixo resultado do mês, justamente em
razão da taxa dos alimentos que apresentou queda de 0,10%.
O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento
monetário de 01 a 06 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange nove
regiões metropolitanas do País, além do município de Goiânia e de Brasília.
_____________________
Fonte: IBGE |