Essa reportagem de Junior Schutt, descreve um pouquinho o cotidiano dos brasileiros que
residem nos Estados Unidos, e as saudades que enfrentam em suas trajetórias por uma melhor
qualidade de vida.
Vale a pena conferir!
residem nos Estados Unidos, e as saudades que enfrentam em suas trajetórias por uma melhor
qualidade de vida.
Vale a pena conferir!
By Junior Schutt Mencionar o Brasil, estando fora do país é sempre sinônimo de saudade, seja pelo clima, pelas pessoas, pelos queridos que deixamos para trás, pela comida, pela alegria contagiante tipicamente brasileira. Creio que esse é um sentimento universal para todo imigrante que carrega no peito a vontade de reencontrar-se com aqueles a quem ama, um sentimento presente no cotidiano de todo imigrante que largou a nação amada para construir um futuro seguro. Quem não sente saudades, e o que é esse sentimento, como afeta as pessoas, como lidamos com esse fato? Bob Marley escreveu que “saudade é um sentimento que quando não cabe no peito, escorre pelos olhos...”. Conversei com pessoas em nossa comunidade, imigrantes como eu, que há anos não estão no ambiente familiar chamado Brasil, para ouvir a opinião a esse respeito. Viviane Lisboa, 22 anos, baiana, 2 anos nos EUA: “A grande saudade que sinto é da minha família. Gosto da vida aqui, já estou acostumada com o país, mas sinto falta da união que tenho com meus familiares, quando estávamos sempre juntos em todas as ocasiões. No início eu chorava muito, mas o avanço tecnológico facilita e ajuda a matar a saudade. Também creio que em pouco tempo estarei pronta para visitar meu Brasil.” Sheila Souza, 47 anos, goiana, 8 anos nos EUA: “Grande saudade do meu filho, do cheiro, do abraço, de conversar com ele. Sinto falta de toda família. É muito dificil lidar com a saudade, com a distância. Mesmo com a webcam, gostaria de tocar, de sentir minha família perto de mim. É um sentimento doloroso, chego a ligar várias vezes ao dia, tentando me aproximar através de palavras. Tenho a esperança de que um dia estaremos todos juntos novamente.” Lúcia Pereira, 57 anos, mineira, 14 anos nos EUA: “Sinto falta de tudo: a comida, os amigos, as frutas, os parentes e especialmente o clima e o calor humano brasileiro. Sinto uma vontade enorme de regressar, faço muitas orações para amenizar a saudade. Estou sempre conectada com os queridos lá. Gosto muito deste país, mas chegou a hora de voltar. Ainda não alcancei meu objetivo, pois sempre me dediquei a ajudar as pessoas, mas estou grata pela oportunidade e pronta para voltar.” Alan Lima, 34 anos, paulista, 9 anos nos EUA: “Uma grande falta das pessoas, especialmente do meu filho. Confesso que não sinto falta do país, porque tudo lá é muito difícil, inclusive quando não tem estudos. Converso sempre com a minha família, aliás é a única maneira de matar a saudade para os indocumentados. No início machucava muito, mas quando você tem um objetivo, deve-se pagar um preço. As pessoas confundem o aspecto de vida deste país, achando que deixaram de gostar, mas o amor continua, na esperança do reencontro. Aprendi a lidar com a saudade, sinto-me preparado para enfrentar a vida sozinho.” Larissa Vilaça, 24 anos, mineira, 1 ano nos EUA: “É muito grande a falta das minhas irmãs, dói bastante. Sinto um aperto no coração, pois nasceu meu sobrinho e ainda não o conheci. Sinto falta de passar tempo com elas, pois fazíamos tudo juntas. E uso o avanço da internet para estar conectada com a família.” Marilia Delong, 27 anos, paranaense, 4 anos nos EUA: “Sentimento muito difícil, é o forte desejo do reencontro. Sinto falta apenas da minha família, caso contrário ficaria apenas aqui, pois gosto muito deste lugar. Uso o telefone e webcam todos os dias, mas não é suficiente, pois parece muito superficial.” Jean Karol, 29 anos, capixaba, 11 anos nos EUA: “Sinto muita falta, especialmente da minha mãe que está passando por momentos muito difíceis. Essa falta tem sido constante, pois com a morte de meu pai, ela insiste em que eu volte. É difícil explicar como lidar com isso, é algo que vai apertando, mas temos de ser espertos para preencher a saudade com outras coisas, como estar com os amigos, sempre compartilhando alegria. O futebol também me traz alívio. Estou ansioso para casar este ano e poder regressar à terra amada.” Publicado originalmente em Brazilian Press - Jornal da comunidade brasileira residente nos EUA |