Dinalva Heloiza *com
informações da OIT
Em seu relatório anual Panorama Laboral 2013 a OIT –
Organização Internacional do Trabalho da ONU, informou que apesar do desemprego
registrar taxa mínima histórica de 6,3% na regiões da América Latina e Caribe
em 2013, a situação laboral ainda é “preocupante”, devido a falta de dinamismo
econômico houve impactos no mercado de trabalho.
O progresso que de alguma forma foi registrado nos mercados
de trabalho da região durante a última década parece haver-se estancado e,
portanto, é imperativo que todos redobrem esforços para evitar que haja
retrocessos, destaca a OIT em seu relatório 2013.
“A situação do mercado de trabalho não é negativa, mas é
preocupante”, disse a Diretora Regional da OIT para a América Latina e Caribe,
Elizabeth Tinoco, durante a apresentação do relatório na capital peruana. “A
região corre o risco de perder a oportunidade de avançar na geração de mais e
melhores empregos”.
“Os salários crescem menos que nos anos anteriores, a
informalidade não se reduz, a produtividade está aumentando abaixo da média
mundial e aumentou a desocupação dos jovens nas zonas urbanas”, ressaltou
Tinoco.
O Panorama Laboral deste ano diz que a taxa média de
desemprego urbano para a região registrou uma nova queda, de 6,4% para 6,3%, em
um contexto de desaceleração do crescimento econômico. Se a situação das taxas
de crescimento se estender até 2014, quando segundo as previsões poderia chegar
a 3,1% ou 3,2%, o desemprego seria mantido em 6,3% neste período.
A leve queda da taxa de desemprego urbano não ocorreu por um
aumento na taxa de ocupação, que permaneceu igual à do ano passado, em 55,7%,
mas foi impulsionada por uma ligeira queda na taxa de participação no mercado
laboral de 59,6% a 59,5%.
Tinoco destacou que “o desemprego baixo é sempre uma boa
notícia”. A taxa de 2013 é a mais baixa registrada desde que a OIT começou a
publicar este relatório há 20 anos e está muito abaixo dos 11,2% alcançado em
2003.
No entanto, acrescentou, é necessário continuar buscando
oportunidades, pois por trás da baixa taxa percentual de 2013 existem pessoas,
neste caso 14,8 milhões de mulheres e homens que procuram emprego sem
conseguir.
Além disso, o relatório adverte que se a região pretende
manter a taxa de desemprego abaixo de 7% deverá criar pelo menos 43,5 milhões
de novos postos de trabalho até 2023.
O Panorama Laboral 2013 destaca também que embora o
desemprego tenha caído, ainda é necessário melhorar a qualidade dos empregos.
Existem pelo menos 130 milhões de pessoas que estão ocupadas, mas trabalham em
condições de informalidade.
A taxa de informalidade não agrícola não caiu e se mantém em
47,7%. Para cair 5 pontos percentuais, para 42,8%, a região deveria crescer em
média 3,4% durante a próxima década e 84% dos novos empregos a serem criados
deveriam ser formais.
Com relação aos salários, destaca-se que caiu o crescimento
que havia ocorrido no ano anterior. A média dos salários aumentou 1% no
terceiro trimestre de 2013, abaixo dos 2,6% do ano passado.
O salário mínimo aumentou 2,6% em 2013, abaixo dos 6,9% de
2012, de acordo com os dados disponíveis no terceiro trimestre.
O Relatório também assinala que existem pelo menos 6,6
milhões de jovens desempregados. A taxa de desemprego juvenil nas zonas urbanas
teve uma leva alta na média regional, ao passar de 14,2% para 14,5%.
“As difíceis condições de trabalho dos jovens devem ser
enfrentadas com políticas que estejam dirigidas especificamente a produzir mais
e melhores empregos e que lhes permitam aspirar um futuro digno”, disse a
Diretora Regional da OIT.
Também se destaca que a taxa de participação das mulheres
aumentou levemente e pela primeira vez alcançou 50% na média regional. No
entanto, ainda há muito por fazer em matéria de igualdade de gênero, pois ainda
existe desvantagem em relação aos homens, cuja taxa de participação é de 71,1%.
Mais da metade dos desempregados na região são mulheres, 7,7
milhões em comparação com 7,1 milhões de homens.
“A situação laboral é desafiante. É necessário redobrar os
esforços para melhorar a quantidade e a qualidade dos empregos. O emprego é um
componente fundamental do crescimento, pois fortalece o mercado interno e cria
um ambiente propício para o desenvolvimento produtivo”, disse Tinoco.
Afirmou que é necessário aplicar estratégias que respondam
às necessidades e especificidades de cada país.
Entre outras medidas, a OIT recomenda:
· Gerar um ambiente propício para o
desenvolvimento de empresas sustentáveis que produzam emprego formal.
· Reforçar a
institucionalidade laboral e o diálogo social.
· Planejar e
aplicar de maneira oportuna políticas ativas do mercado de trabalho.
· Melhorar a
educação e a formação para o trabalho.
· Promover a
formalização tanto das empresas como das relações laborais.
· Aplicar
políticas orientadas a aumentar a produtividade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente essa Postagem