Dinalva Heloiza
Destacar o protagonismo feminino nas telas do cinema nacional, com certeza não é uma tarefa fácil, mas quando essa narrativa envolve a discussão sobre igualdade de gênero, tendo as mulheres em papel de destaque, aí então, os desafios são bem maiores.
Da esq. para a direita, Superintendente Executiva da Mulher e Igualdade Racial, Glaucia Maria Teodoro, mestra Alcilene Cavalcante da UFG, eu, a diretora Tereza Trautman, professora da UEG e Tânia Castro, na abertura oficial da Mostra. (Fotos - Maria Ritha Ferreira da Paixão)
Esq. professora Alcilene e a direita Patricia Guedes, GECI - UFG (Fotos Maria Ritha)
Vale ressaltar os desafios enfrentados
e determinação empenhada na construção do GECI - que surgiu a partir de encontros
da pós-graduação em História e das Narrativas Audiovisuais da FH da UFG, os quais
floresceram e junto a disciplina de Gênero e Sexualidade no Cinema, ministrada
pela professora Alcilene Cavalcante, frutificaram-se em ideia e de imediato,
tornou-se a urgência do grupo de voluntárias que trabalharam incansavelmente na
consolidação da primeira edição da Mostra de Filmes dirigidos por Mulheres, que
ocorreu em 2016.
A mestra Alcilene Cavalcante, faz
aqui um resumo centrado no contexto que define os objetivos da Mostra: “Na
chave História, Cinema e Gênero, o projeto consiste na realização de Mostras de
Filmes dirigidos por mulheres, onde estaremos exibindo filmes e promovendo ciclos
de debates com algumas diretoras. Parte-se da premissa segundo a qual, desde as
origens do cinema, mulheres estiveram em torno dos sets de filmagens, mas raras
foram aquelas que obtiveram visibilidade, o que se explica pelas condições
históricas de desigualdade de gênero. Assim, a mostra de filmes é um espaço
para, entre outros aspectos, problematizar a presença feminina no âmbito da
realização audiovisual brasileira, procurando pontuar sua história, e abordar a
representação de mulheres no cinema. Além disso, consta da mostra documentários
e curtas-metragens contemplando diretoras goianas.”
A realização da 2ª Edição da Mostra
aconteceu nos dias 23,24 e 25 de agosto, e a abertura oficial contou com a presença
da diretora Tereza Trautman, a mestra Alcilene Cavalcanti e toda equipe do
GECI, com a participação da superintendente de Políticas para Mulheres da
Secretaria Cidadã, Glaucia Maria Teodoro, representando a Superintendência que
apoiou a realização da Mostra.
Após a apresentação da produção, de
Tereza Trautman - Os homens que eu tive,
todo o público presente participou de um debate conduzido pela professora Alcilene
Cavalcante, com a participação de Tereza Trautman.
Público que prestigiou a estréia oficial da Mostra.
A esq. Superintendente Executiva Gláucia Maria Teodoro, e Tânia Castro. (Fotos Maria Ritha)
Diretora Rosaria, e Glaucia Maria (Fotos Maria Ritha)
A esq, Guaralice Paulista ao lado da Professora Alcilene Cavalcante e professora da UEG. (Fotos Maria Ritha)
Além da ampla programação
apresentada pela Mostra, que integrou curtas, longas e animação, a estreia
desta edição trouxe a Exposição Fotográfica da artista Guaralice Paulista, com
o título “Quadro a Quadro”, a arte de Guaralice é pioneira na Fotografia de Still,
junto ao cinema goiano.
Promoção do Filme de Tereza Trautman - Os Homens que eu tive
O filme apresentado na abertura
oficial foi a produção de 1973, da diretora Tereza Trautman, “Os Homens que
Eu Tive”- inicialmente a
protagonista do filme, Pity, seria interpretado na época pelo talento de Leila
Diniz, que morreu em um acidente de aviação pouco antes das filmagens, sendo então substituída por Darlene Glória.
A trama gira em torno de uma
mulher, jovem e liberal casada há quatro anos, com Dode, interpretado por
Gracindo Júnior, com o qual mantêm relações extraconjugais com a tácita
aquiescência um do outro. Pity tem um amante, Sílvio, e os três passam tanto
tempo juntos que decidem oficializar o triângulo.
Na época, quando
prevalecia o regime militar, onde a política da ditadura impunha uma censura
moral, amplamente praticada no Brasil, e esta, visava produções vistas como não
adequados aos padrões vigentes do regime. Foi a partir da produção de Os Homens que eu tive, que a jovem cineasta Tereza
Trautman, viu seus sonhos naufragarem em 1973, através de um
ato da censura, levando a interdição do filme, quando a película ainda transitava em circuito de
lançamento, se tornando este, um elemento representativo da arbitrariedade com
base na moral e nos bons costumes, praticados durante o golpe militar.
Promoção do Filme de Rosaria - O Projeto de Meu Pai. de Rosaria Esteves
Já a animação de Rosaria Maria
Esteves, "O Projeto de Meu Pai", é centrada em confissões autobiográficas, o curta metragem se destacou
como o filme mais premiado no 24º Anima Mundi. A animadora, radicada no estado
do Espírito Santo foi premiada nas categorias melhor curta do Festival, melhor curta
Brasileiro e na aquisição Canal Brasil, pelo júri popular.
A Mostra realizou a exibição de
24 filmes, seis debates, uma exposição fotográfica, e um ateliê de Desenho
Animado Leitura e Intervenção Cinematográfica, o público que participou
efetivamente da Mostra já espera a 3ª Edição, com boas expectativas.
* Fotos Maria Ritha
Gracias!! :)
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