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sábado, setembro 07, 2019

ONU Meio Ambiente: Greta Thunberg está na vanguarda da cúpula para ação climática

Os impactos das mudanças do clima definem o nosso tempo e esse é o momento de fazer algo a respeito. Um esforço sem precedentes de todos os setores da sociedade será necessário. Nesse contexto, ocorre em 23 de setembro, na sede da ONU, em Nova Iorque, a Cúpula da Ação Climática de 2019.

Uma pessoa que está à altura do desafio é a jovem sueca Greta Thunberg, de 16 anos. Quando partiu de Plymouth, no Reino Unido, com destino a Nova Iorque em um veleiro movido a energia solar, a ativista foi ao mesmo tempo criticada e elogiada por suas ações.

Será que viajar atravessando o oceano Atlântico dessa forma seria uma opção realista para a maioria das pessoas? A ONU Meio Ambiente pediu a Rob de Jong, chefe da Unidade de Mobilidade da agência das Nações Unias, que compartilhasse suas ideias sobre a viagem. Leia a entrevista.


A sueca Greta Thunberg, ativista ambiental de 16 anos, navegou para o porto de Nova Iorque ladeada por uma frota de 17 veleiros representando cada um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Foto: ONU/Mark Garten.

Os impactos das mudanças do clima definem o nosso tempo e esse é o momento de fazer algo a respeito. Um esforço sem precedentes de todos os setores da sociedade será necessário. Nesse contexto, ocorre em 23 de setembro, na sede da ONU, em Nova Iorque, a Cúpula da Ação Climática de 2019.
Uma pessoa que está à altura do desafio é a jovem sueca Greta Thunberg, de 16 anos. Quando partiu de Plymouth, no Reino Unido, com destino a Nova Iorque em um veleiro movido a energia solar, a ativista foi ao mesmo tempo criticada e elogiada por suas ações.
Será que viajar atravessando o oceano Atlântico dessa forma seria uma opção realista para a maioria das pessoas? Sem chuveiro, sem banheiro, sem instalações para cozinhar ou camas adequadas a bordo, a decisão de Thunberg chamou a atenção principalmente quando comparada às luxuosas viagens de avião que fazemos.
A ONU Meio Ambiente pediu a Rob de Jong, chefe da Unidade de Mobilidade da agência das Nações Unidas, que compartilhasse suas ideias sobre a viagem.
ONU Meio Ambiente: O que achou da decisão de Thunberg de navegar até os Estados Unidos em vez de ir de avião?
Rob de Jong: Greta ficou conhecida por seus incansáveis esforços para sensibilizar a sociedade por meio do movimento “Sexta-Feira para o Futuro”. Quando começou seus protestos pela emergência climática em frente ao parlamento sueco, em agosto de 2018, ela estava sozinha. Hoje, estudantes de todo o mundo seguiram seu exemplo, com pelo menos 802 greves realizadas em 101 países.
Viajar em um barco à vela é uma demonstração dos valores de Thunberg, que pretende viver uma vida neutra, sem emissão de carbono, defendendo mais ações do que palavras quando se trata de reduzir as emissões. A viagem é muito perigosa, tendo em vista que é época de furacões no oceano Atlântico. Foi uma decisão muito corajosa. Ela viajou com o pai, o cineasta Nathan Grossman, e dois tripulantes da Malizia II. O veleiro de 18 metros está equipado com painéis solares no convés e hidro-geradores na popa. Com essas instalações, é gerada eletricidade suficiente para operar todos os sistemas — incluindo os instrumentos de navegação.
ONU Meio Ambiente: Que mensagens podemos tirar dessa decisão de Thunberg?
Rob de Jong: A atitude dela evidencia que a aviação é responsável por grande parte das emissões globais de carbono e mostra a urgência de tomarmos atitudes em relação ao assunto. São necessárias medidas de curto e longo prazo para diminuir a emissão de carbono da aviação. Antes de olharmos para a aviação em si, deveríamos olhar para todo o sistema — para melhorar a eficiência e os recursos de alimentos, ônibus, caminhões, utilização de plástico, etc.
Há muitas vitórias rápidas a serem feitas nessas áreas. Devemos substituir os voos de curta distância por outros modos de transporte mais sustentáveis, como em viagens de comboio, pegar caronas e melhorar simultaneamente as infraestruturas ferroviárias reduzindo as emissões. Em segundo lugar, precisamos incentivar a inovação e a aplicação de novas tecnologias, como a introdução de aviões híbridos e elétricos para voos de curta distância.
Em terceiro lugar, voos intercontinentais devem adotar soluções mais sustentáveis, como por exemplo, utilização de biocombustíveis neutro de carbono. Embora a principal luta contra a situação tenha sido a disponibilidade e os custos destes combustíveis, pode e deve ser feito mais para migrar do querosene para biocombustíveis sustentáveis. Por último, temos de reconhecer o impacto climático da indústria da aviação. Isso tem que refletir no preço, como já acontece em outros meios de transporte, para que o custo das emissões e os impostos relevantes sejam incluídos no custo dos voos.
ONU Meio Ambiente: Quão realista é o transporte com baixo/zero carbono?
Rob de Jong: Os navios petroleiros são os grandes emissores de carbono no oceano. Por vezes, transportam pequenas quantidades de combustíveis limpos que utilizam quando se aproximam de cidades costeiras para reduzir a poluição nessas zonas específicas. Uma grande parte, cerca de um quarto das suas emissões, está relacionada a operações portuárias, incluindo a carga e o transporte de e para os portos. Há muito o que melhorar nessa área. Em alto-mar, os navios queimam combustíveis baratos e poluentes. A Organização Marítima Internacional (OMI) ressaltou a importância do uso de combustíveis mais limpos. Isso terá um impacto enorme.
ONU Meio Ambiente: O transporte de baixo/zero carbono é uma opção viável para os passageiros no futuro?
Rob de Jong: Como na aviação, em viagens curtas, a tecnologia híbrida e elétrica pode ser uma solução. Isso inclui transporte terrestre. Para viagens mais longas, combustíveis limpos e neutros em carbono são uma opção sustentável.

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