Relatório Global da UNESCO, 2024 - O Preço da Inação!
Enquanto 250 milhões de meninas e meninos estão atualmente excluídos do acesso à educação em todo o mundo, um novo relatório da UNESCO- Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura analisa pela primeira vez o custo econômico e social das deficiências educacionais. Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO, apela aos Estados-membros da Organização para quebrar o "círculo vicioso" de abandono escolar o mais rápido possível.
Mensagem de Miss Audrey Azulay - Diretora Geral da Unesco - Durante lançamento do Relatório
Em 1948, a educação foi declarada um "direito humano universal". Esse direito foi reafirmado em 2015, quando as Nações Unidas definiram o acesso à educação de qualidade para todos como um Objetivo de Desenvolvimento Sustentável. No entanto, apesar de décadas de progresso no acesso à educação, 250 milhões de crianças e jovens em todo o mundo ainda estão fora da escola, e 70% das crianças de 10 anos em países de baixa e média renda são hoje incapazes de entender um texto escrito simples.
Em um novo relatório publicado na
segunda-feira 17 de junho, intitulado "O Preço da Inação: avalia os custos
globais privados, fiscais e sociais da não aprendizagem das crianças e dos
jovens", onde a UNESCO estima o custo para a economia global do abandono
escolar e das lacunas na educação em 10 bilhões de dólares por ano até 2030, o
equivalente a mais do que os PIB anuais da França e do Japão, juntos!
Por outro lado, o relatório
estima que reduzir a proporção de abandono escolar precoce ou daqueles sem
habilidades básicas em apenas 10% aumentaria o crescimento anual do PIB em torno
de 1 a 2 pontos percentuais. A educação, portanto, é um dos melhores
investimentos que um país pode estabelecer.
Além dessas considerações
financeiras, o relatório alerta para os danos sociais significativos causados
diante das deficiências educacionais. Lacunas na aquisição de habilidades
básicas estão associadas, em todo o mundo, a um aumento de 69% nas gravidezes
precoces entre meninas, enquanto cada ano de educação secundária contribui para
reduzir o risco de meninas se casarem e terem um filho antes dos 18 anos.
10 recomendações para uma
educação de qualidade para todos
Durante uma reunião de ministros
da educação na segunda-feira na sede da UNESCO em Paris (França) – na presença
de Gabriel Boric, Presidente do Chile, que copreside com a Diretora Geral o
Comitê de Direção de Alto Nível para Educação de Qualidade para Todos – Audrey
Azoulay apelou aos 194 estados-membros da Organização para "respeitarem
seu compromisso de transformar a educação de privilégio em uma prerrogativa
para todo ser humano em todo o mundo".
A Diretora Geral também lembrou
que "a educação é um recurso essencial para enfrentar os desafios de hoje,
da redução da pobreza à luta contra as mudanças climáticas".
Para atingir a meta de educação
de qualidade para todos, o relatório da UNESCO fornece 10 recomendações.
A primeira delas é que os
governos devem garantir educação gratuita e com financiamento público para
todas as meninas e meninos por um mínimo de doze anos. Essa educação deve andar
de mãos dadas com o investimento na primeira infância, para estabelecer as
bases para o aprendizado o mais cedo possível e combater a desigualdade.
Programas de "segunda
chance" também devem ser criados para jovens que não puderam se beneficiar
de uma educação de qualidade, ou cuja educação foi interrompida.
O ambiente de aprendizagem também
deve ser seguro e inclusivo. A UNESCO pede distâncias curtas entre as casas das
crianças e suas escolas, especialmente em áreas desfavorecidas, e que todas as
escolas tenham acesso a água e saneamento.
O tamanho das turmas deve ser
mantido pequeno, e as aulas devem ser ministradas por professores qualificados
e motivados que apoiem todos os alunos de forma equitativa, prestando atenção
especial à igualdade de gênero.
A UNESCO também incentiva os
Estados a sensibilizar as comunidades e famílias locais sobre a importância de
meninas e meninos concluírem um ciclo completo de educação e ainda a
importância de se envolver os pais nas atividades e na gestão escolar nas
comunidades.
Quer acessar o Relatório completo em Inglês? Clique aqui:
Publicado em parceria com a OCDE e o Secretariado da Commonwealth - Comunidade das Nações
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