Dinalva Heloiza
📜 PL 2.159/2021: A “PL da Devastação”
Um dos principais símbolos desse retrocesso é o Projeto de Lei 2.159/2021, aprovado pelo Senado Federal sob o nome técnico de "Lei Geral do Licenciamento Ambiental (LGLA)", mas já apelidado por toda a sociedade como a PL da Devastação. O projeto permite que obras e empreendimentos com potencial impacto ambiental sejam liberados com autodeclarações, ou seja, basta que os próprios protagonistas destes empreendimentos se auto declaram sem impactos para o meio ambiente, e tudo bem, estará automaticamente liberado, seja para o que for.
Oi?
O intuito é enfraquecer drasticamente toda a fiscalização que ainda existe dos órgãos ambientais e permitindo que se avance sobre áreas sensíveis sem o devido estudo de impacto, e com prejuízo total a todos!
A ministra Marina Silva chamou o projeto de “golpe de morte” na política ambiental brasileira. E ela tem razão. Em plena era das emergências climáticas, flexibilizar licenças ambientais é como apagar os alarmes de incêndio enquanto o mundo está pegando fogo.
Outros Projetos “Anti-Ambientais” em Andamento
Infelizmente, a LGLA não é um caso isolado. Outros projetos em tramitação ou já aprovados no Congresso atacam pontos-chave da legislação ambiental:
- Flexibilização do Código Florestal
- Afrouxamento das regras sobre recursos hídricos e aquíferos
- Permissões para mineração em terras indígenas e unidades de conservação
- Enfraquecimento das normas sobre proteção de manguezais, restingas e zonas costeiras
- Negacionismo climático disfarçado de “desenvolvimento econômico”
Esses projetos têm algo em comum: a lógica do retrocesso, que submete a vida e os direitos das atuais e futuras gerações aos interesses imediatistas de elites econômicas e bancadas ruralistas do setor industrial, que exportam comodities e que dominam o jogo político. A mesma casa legislativa que deveria representar os interesses da sociedade brasileira está, cada vez mais, se tornando um instrumento de interesses privados e obscuros.
O Clamor da Sociedade Civil
Diante desse cenário, só resta à sociedade civil se levantar com força. Precisamos transformar a dor em ação, a indignação em resistência. O Brasil precisa, mais do que nunca, de um grande levante ambiental e popular. Um movimento que una indígenas, quilombolas, ambientalistas, estudantes, cientistas, pequenos agricultores, artistas, jornalistas e toda pessoa consciente que compreenda o que está em jogo: a própria sobrevivência da vida como a conhecemos.
Essa luta não é de um partido político. É da humanidade. É da Terra.
A Crise Climática Está Batendo à Porta – E Já Está Entrando
Não se trata de ideologia. Basta olhar pela janela: secas severas, chuvas torrenciais, inundações históricas, calor recorde, escassez hídrica, colapso em áreas urbanas e rurais. O Brasil está sofrendo os efeitos das mudanças climáticas agora, e o agravamento dessas crises não é mais uma hipótese — é uma certeza anunciada, especialmente se continuarmos destruindo os biomas que regulam o clima e garantem água e alimento.
O Momento de Agir é Agora
Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, não basta plantar uma árvore ou fazer uma postagem simbólica. É preciso fazer barulho, pressionar parlamentares, ocupar os espaços democráticos, defender nossos territórios e dizer, em alto e bom som:
Chega de retrocessos ambientais! Chega de aprovar leis que matam! A vida vem antes do lucro!
Se não for por amor à natureza, que seja por instinto de sobrevivência. Porque não haverá economia, política ou tecnologia capaz de prosperar sobre a terra morta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente essa Postagem