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segunda-feira, maio 21, 2012

Brasil, sede do Dia Mundial do Meio Ambiente em 2012


5 de Junho,  Dia Mundial do Meio Ambiente, será comemorado no Brasil em 2012.

Dinalva Heloiza


O Dia Mundial do Meio Ambiente foi estabelecido pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 1972 marcando a abertura da Conferência de Estocolmo sobre Ambiente Humano.

Celebrado anualmente desde então no dia 5 de Junho, o Dia Mundial do Meio Ambiente cataliza a atenção e ação política de povos e países para aumentar a conscientização e a preservação ambiental.

A sede do Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho de 2012, será o Brasil. O País também foi sede das cerimônias do Dia Mundial do Meio Ambiente em 1992, na época da Cúpula da Terra no Rio de Janeiro. Naquele momento, a cúpula reuniu o maior número de líderes globais para tomar decisões importantes sobre o bem-estar do planeta e sobre questões de desenvolvimento.

Os principais objetivos das comemorações são:

1. Mostrar o lado humano das questões ambientais;

2. Capacitar as pessoas a se tornarem agentes ativos do desenvolvimento sustentável;

3. Promover a compreensão de que é fundamental que comunidades e indivíduos mudem atitudes em relação ao uso dos recursos e das questões ambientais;

4. Advogar parcerias para garantir que todas as nações e povos desfrutem um futuro mais seguro e mais próspero.

As comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente de 2012 simbolizam, não apenas o crescimento da campanha, mas ainda o quanto este evento vem agregando novas celebrações em todo o mundo.

Com uma população de mais de 200 milhões, o Brasil, a quinta nação mais populosa do mundo depois da China, Índia, Estados Unidos e Indonésia, nessa ordem decrescente. Com uma área de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, o pais abriga uma população em sua maioria católica, e é constitucionalmente laico.

Algumas das questões  ambientais atuais enfrentadas pelo País são: o desmatamento ilegal na Bacia Amazônica, que está destruindo não só o habitat, mas também espécies de flora e fauna; o comércio ilegal de vida silvestre; a poluição atmosférica e hídrica no Rio de Janeiro e em São Paulo; preservação dos recursos hídricos e florestas, devastação do bioma cerrado, e  a degradação das áreas úmidas. Outra questão de interesse para o País é a crescente insegurança alimentar.

Durante a 10ª Sessão da Conferencia das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica em outubro de 2010, a Ministra do Meio Ambiente do Brasil, Izabella Teixeira, disse que ”… nos últimos anos, não só faltam sinais relevantes de redução da perda da biodiversidade, mas os indicadores disponíveis mostram uma crescente deterioração da biodiversidade global. A reversão desse processo, que, na sua essência, resulta da atividade humana, exige um esforço sem precedentes, com respostas determinadas e fortes de todas as sociedades globais. No fundo, é necessário que haja vontade política de mudar os padrões de apropriação dos recursos da biodiversidade pelos diferentes segmentos da sociedade.”

Essa declaração está em sintonia com o tema do Dia Mundial do Meio Ambiente de 2012– Economia Verde: Ela te inclui? A pergunta convida todos a avaliar como a Economia Verde se encaixa na vida cotidiana e também avaliar se o desenvolvimento por meio de uma Economia Verde atende às necessidades individuais.

O Dia Mundial do Meio Ambiente este ano promoverá a conscientização a respeito das sérias consequências de se manterem as tendências atuais. Por meio do engajamento dos governos em ações e da divulgação da importância de uma Economia Verde, esse esforço coletivo preservará a natureza, alcançando o crescimento e estimulando o desenvolvimento sustentável.

Economia verde: Ela te inclui?

O tema de 2012 para o Dia Mundial do Meio Ambiente é "Economia Verde: Ela te inclui?". Este tema tem, evidentemente, dois aspectos. O primeiro se refere à Economia Verde propriamente dita. É nesse momento que algumas pessoas se desligam, pois acreditam que o conceito de Economia Verde é complexo demais para se entender.

Muito pelo contrário, a Economia Verde é algo que se aplica a tudo a seu redor é fácil imaginar como você se encaixa nela.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) define Economia Verde como uma que resulte em melhoria do bem-estar humano e da equidade social ao mesmo tempo em que reduz de forma significativa os riscos ambientais e a escassez ecológica. Na sua expressão mais simples, uma economia verde pode ser entendida como uma economia de baixo carbono, uso eficiente dos recursos e inclusão social.

Do ponto de vista prático, a Economia Verde é aquela cujo crescimento de renda e empregos é conduzido por investimentos públicos e privados que reduzem as emissões de carbono e a poluição, que aumentam a eficiência do uso dos recursos e da energia e evitam a perda da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos. Esses investimentos devem ser catalisados e apoiados por reformas de políticas, mudanças nos regulamentos e direcionamento de despesas públicas.

Mas o que tudo isso tem a ver com a gente? Bem, esse é o segundo aspecto desse tema. Se a Economia Verde tem a ver com equidade e inclusão social portanto, tecnicamente, tem tudo a ver com todos! Essa pergunta,  avalie se, no nosso país,  ela nos inclui.

Para saber mais sobre a Economia Verde, indicamos o site do Dia Mundial do Meio Ambiente, ou  siga no Twitter e Facebook, onde se pretende explorar este conceito do que é realmente a Economia Verde e o que isso representa.

A crise financeira global que teve início em 2007, e perdura nos dias de hoje, é considerada, por muitos economistas, como a pior crise financeira desde a Grande Depressão de 1929. Uma das principais lições que podemos tirar dessa experiência é que a forma habitual de gestão da economia já não é mais conveniente. A nova Economia Verde é, portanto, uma alternativa apropriada e uma maneira mais sustentável de fazer negócios.

Uma Economia Verde é descrita como uma economia que resulta em melhor qualidade de vida humana e equidade social, além da redução de riscos ambientais e escassez ecológica. Em outras palavras, podemos pensar em uma economia verde como uma ferramenta de baixa emissão de carbono, eficiência de recursos e inclusão social.

A Tragédia dos Comuns

O dilema que enfrentamos entre a atual economia “marrom” e a proposta de economia “verde” pode ser ilustrado por um artigo escrito por Garret Hardin, intitulado  “A Tragédia dos Comuns”, em 1968. Ele descreve um pasto comum em que vários agricultores deixam seu gado pastar. A fim de aumentar a riqueza individual, é do interesse de cada produtor ampliar o seu rebanho e continuar a pastar no mesmo trecho de terra. Mas quando o limite de um certo número de bois é ultrapassado, a terra começa a perder sua qualidade.

Como ninguém é particularmente responsável pela terra e nenhum imposto é cobrado para pastagem, cada agricultor continua a maximizar os lucros com o aumento de seu rebanho. O problema, no entanto, continua sendo o fato de a qualidade da terra continuar a degradar-se com a crescente pressão dos crescentes rebanhos e o capim se torna insuficiente para alimentar o gado. Ou seja, os agricultores que aumentam seu rebanho podem até se beneficiar no início, mas depois perdem seu meio de subsistência, e todos perdem nesse cenário.

Economistas ambientais identificaram como principal problema deste dilema o fato de o recurso natural (o capim) ser consumido sem gastos, já que ninguém é dono da terra “comum”. Se, todavia, um imposto for cobrado por cabeça de gado e o valor da terra aumentar com o aumento do rebanho, ficaria muito caro ultrapassar o limite de pastagem. Assim, os agricultores perceberiam as perdas e seriam forçados a reduzir o número do rebanho, consequentemente se autorregulando para níveis sustentáveis para benefício de todos.

A Tragédia dos Comuns é um exemplo simples de um sistema econômico muito mais complexo. No nosso exemplo, muitas questões são deixadas sem resposta, como quem é beneficiado pelo dinheiro, em que eles usam o dinheiro e como todos continuarão a ser beneficiados neste processo. A Iniciativa Economia Verde, liderada pelo PNUMA, foi lançada no fim de 2008 e fornece um mecanismo de trabalho prático e abrangente, por meio de análises e apoio político para o investimento em setores verdes e no esverdeamento de setores que não são ambientalmente saudáveis.

A Iniciativa Economia Verde tem três atividades principais, que são: o Relatório Economia Verde (e outros materiais de pesquisa), que analisa as implicações de investimentos verdes na economia, sustentabilidade e redução da pobreza nos diferentes setores; prover consultoria sobre a transição rumo a uma economia verde; e engajar uma ampla gama de cientistas, organizações não governamentais, empresas e agências da ONU na implementação dessa iniciativa.

Empregos verdes

Afinal, por que tanto barulho? Independentemente dos benefícios ambientais e opções para sustentabilidade, investimentos em uma Economia Verde são relatados como um agente de criação de milhões de empregos, como no relatório do PNUMA Empregos Verdes. Um dos mais importantes motores para o crescimento da economia é o alto nível de empregos, o que não só reduz os encargos sobre a economia, mas também dá aos consumidores o poder de compra para sustentar vidas através de indústrias de apoio.

Até 2008, mais de 2,3 milhões de pessoas em apenas seis países que são líderes em empregos verdes, foram empregados neste setor de baixo carbono (China, Dinamarca, Alemanha, Índia, Espanha e Estados Unidos). A Economia Verde não é apenas uma moda, mas uma das melhores soluções disponíveis para o crescimento verde da economia que reconhece o componente social.

 Fonte: Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
Conheça o site em português do PNUMA para o Meio Ambiente:

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