5 de Junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, será comemorado
no Brasil em 2012.
Dinalva Heloiza
O
Dia Mundial do Meio Ambiente foi estabelecido pela Assembléia Geral das Nações
Unidas em 1972 marcando a abertura da Conferência de Estocolmo sobre Ambiente
Humano.
Celebrado
anualmente desde então no dia 5 de Junho, o Dia Mundial do Meio Ambiente
cataliza a atenção e ação política de povos e países para aumentar a
conscientização e a preservação ambiental.
A
sede do Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho de 2012, será o Brasil. O País também foi sede das cerimônias do Dia Mundial do
Meio Ambiente em 1992, na época da Cúpula da Terra no Rio de Janeiro. Naquele
momento, a cúpula reuniu o maior número de líderes globais para tomar decisões
importantes sobre o bem-estar do planeta e sobre questões de desenvolvimento.
Os principais objetivos das
comemorações são:
1.
Mostrar o lado humano das questões ambientais;
2.
Capacitar as pessoas a se tornarem agentes ativos do desenvolvimento
sustentável;
3.
Promover a compreensão de que é fundamental que comunidades e indivíduos mudem
atitudes em relação ao uso dos recursos e das questões ambientais;
4.
Advogar parcerias para garantir que todas as nações e povos desfrutem um futuro
mais seguro e mais próspero.
As
comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente de 2012 simbolizam, não apenas o crescimento
da campanha, mas ainda o quanto este evento vem agregando novas celebrações em
todo o mundo.
Com
uma população de mais de 200 milhões, o Brasil, a quinta nação mais populosa do
mundo depois da China, Índia, Estados Unidos e Indonésia, nessa ordem
decrescente. Com uma área de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, o pais abriga uma população em sua maioria
católica, e é constitucionalmente laico.
Algumas
das questões ambientais atuais enfrentadas
pelo País são: o desmatamento ilegal na Bacia Amazônica, que está destruindo
não só o habitat, mas também espécies de flora e fauna; o comércio ilegal de
vida silvestre; a poluição atmosférica e hídrica no Rio de Janeiro e em São
Paulo; preservação dos recursos hídricos e florestas, devastação do bioma
cerrado, e a degradação das áreas
úmidas. Outra questão de interesse para o País é a crescente insegurança
alimentar.
Durante
a 10ª Sessão da Conferencia das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica
em outubro de 2010, a Ministra do Meio Ambiente do Brasil, Izabella Teixeira,
disse que ”… nos últimos anos, não só faltam sinais relevantes de redução da
perda da biodiversidade, mas os indicadores disponíveis mostram uma crescente
deterioração da biodiversidade global. A reversão desse processo, que, na sua essência,
resulta da atividade humana, exige um esforço sem precedentes, com respostas
determinadas e fortes de todas as sociedades globais. No fundo, é necessário
que haja vontade política de mudar os padrões de apropriação dos recursos da
biodiversidade pelos diferentes segmentos da sociedade.”
Essa
declaração está em sintonia com o tema do Dia Mundial do Meio Ambiente de 2012–
Economia Verde: Ela te inclui? A pergunta convida todos a avaliar como a
Economia Verde se encaixa na vida cotidiana e também avaliar se o
desenvolvimento por meio de uma Economia Verde atende às necessidades
individuais.
O
Dia Mundial do Meio Ambiente este ano promoverá a conscientização a respeito
das sérias consequências de se manterem as tendências atuais. Por meio do
engajamento dos governos em ações e da divulgação da importância de uma
Economia Verde, esse esforço coletivo preservará a natureza, alcançando o
crescimento e estimulando o desenvolvimento sustentável.
Economia verde: Ela te
inclui?
O
tema de 2012 para o Dia Mundial do Meio Ambiente é "Economia Verde: Ela te
inclui?". Este tema tem, evidentemente, dois aspectos. O primeiro se
refere à Economia Verde propriamente dita. É nesse momento que algumas pessoas
se desligam, pois acreditam que o conceito de Economia Verde é complexo demais
para se entender.
Muito
pelo contrário, a Economia Verde é algo que se aplica a tudo a seu redor é
fácil imaginar como você se encaixa nela.
O
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) define Economia Verde
como uma que resulte em melhoria do bem-estar humano e da equidade social ao
mesmo tempo em que reduz de forma significativa os riscos ambientais e a
escassez ecológica. Na sua expressão mais simples, uma economia verde pode ser
entendida como uma economia de baixo carbono, uso eficiente dos recursos e
inclusão social.
Do
ponto de vista prático, a Economia Verde é aquela cujo crescimento de renda e
empregos é conduzido por investimentos públicos e privados que reduzem as
emissões de carbono e a poluição, que aumentam a eficiência do uso dos recursos
e da energia e evitam a perda da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos.
Esses investimentos devem ser catalisados e apoiados por reformas de políticas,
mudanças nos regulamentos e direcionamento de despesas públicas.
Mas
o que tudo isso tem a ver com a gente? Bem, esse é o segundo aspecto desse
tema. Se a Economia Verde tem a ver com equidade e inclusão social portanto,
tecnicamente, tem tudo a ver com todos! Essa pergunta, avalie se, no nosso país, ela nos inclui.
Para
saber mais sobre a Economia Verde, indicamos o site do Dia Mundial do Meio
Ambiente, ou siga no Twitter e Facebook,
onde se pretende explorar este conceito do que é realmente a Economia Verde e o
que isso representa.
A
crise financeira global que teve início em 2007, e perdura nos dias de hoje, é
considerada, por muitos economistas, como a pior crise financeira desde a
Grande Depressão de 1929. Uma das principais lições que podemos tirar dessa
experiência é que a forma habitual de gestão da economia já não é mais
conveniente. A nova Economia Verde é, portanto, uma alternativa apropriada e
uma maneira mais sustentável de fazer negócios.
Uma
Economia Verde é descrita como uma economia que resulta em melhor qualidade de
vida humana e equidade social, além da redução de riscos ambientais e escassez
ecológica. Em outras palavras, podemos pensar em uma economia verde como uma
ferramenta de baixa emissão de carbono, eficiência de recursos e inclusão
social.
A Tragédia dos Comuns
O
dilema que enfrentamos entre a atual economia “marrom” e a proposta de economia
“verde” pode ser ilustrado por um artigo escrito por Garret Hardin, intitulado “A Tragédia dos Comuns”, em 1968. Ele descreve
um pasto comum em que vários agricultores deixam seu gado pastar. A fim de
aumentar a riqueza individual, é do interesse de cada produtor ampliar o seu
rebanho e continuar a pastar no mesmo trecho de terra. Mas quando o limite de
um certo número de bois é ultrapassado, a terra começa a perder sua qualidade.
Como
ninguém é particularmente responsável pela terra e nenhum imposto é cobrado
para pastagem, cada agricultor continua a maximizar os lucros com o aumento de
seu rebanho. O problema, no entanto, continua sendo o fato de a qualidade da
terra continuar a degradar-se com a crescente pressão dos crescentes rebanhos e
o capim se torna insuficiente para alimentar o gado. Ou seja, os agricultores
que aumentam seu rebanho podem até se beneficiar no início, mas depois perdem
seu meio de subsistência, e todos perdem nesse cenário.
Economistas
ambientais identificaram como principal problema deste dilema o fato de o
recurso natural (o capim) ser consumido sem gastos, já que ninguém é dono da
terra “comum”. Se, todavia, um imposto for cobrado por cabeça de gado e o valor
da terra aumentar com o aumento do rebanho, ficaria muito caro ultrapassar o
limite de pastagem. Assim, os agricultores perceberiam as perdas e seriam
forçados a reduzir o número do rebanho, consequentemente se autorregulando para
níveis sustentáveis para benefício de todos.
A
Tragédia dos Comuns é um exemplo simples de um sistema econômico muito mais
complexo. No nosso exemplo, muitas questões são deixadas sem resposta, como
quem é beneficiado pelo dinheiro, em que eles usam o dinheiro e como todos
continuarão a ser beneficiados neste processo. A Iniciativa Economia Verde,
liderada pelo PNUMA, foi lançada no fim de 2008 e fornece um mecanismo de
trabalho prático e abrangente, por meio de análises e apoio político para o
investimento em setores verdes e no esverdeamento de setores que não são
ambientalmente saudáveis.
A
Iniciativa Economia Verde tem três atividades principais, que são: o Relatório
Economia Verde (e outros materiais de pesquisa), que analisa as implicações de
investimentos verdes na economia, sustentabilidade e redução da pobreza nos
diferentes setores; prover consultoria sobre a transição rumo a uma economia
verde; e engajar uma ampla gama de cientistas, organizações não governamentais,
empresas e agências da ONU na implementação dessa iniciativa.
Empregos verdes
Afinal,
por que tanto barulho? Independentemente dos benefícios ambientais e opções
para sustentabilidade, investimentos em uma Economia Verde são relatados como
um agente de criação de milhões de empregos, como no relatório do PNUMA
Empregos Verdes. Um dos mais importantes motores para o crescimento da economia
é o alto nível de empregos, o que não só reduz os encargos sobre a economia,
mas também dá aos consumidores o poder de compra para sustentar vidas através
de indústrias de apoio.
Até
2008, mais de 2,3 milhões de pessoas em apenas seis países que são líderes em
empregos verdes, foram empregados neste setor de baixo carbono (China,
Dinamarca, Alemanha, Índia, Espanha e Estados Unidos). A Economia Verde não é
apenas uma moda, mas uma das melhores soluções disponíveis para o crescimento
verde da economia que reconhece o componente social.
Fonte: Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
Conheça o site em português do PNUMA para o Meio Ambiente:
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