Dinalva Heloiza
Considerando o turismo como um
cenário cultural e fator econômico que exerce o fortalecimento das economias
locais e cultural das sociedades, vários aspectos indicam o preparo para
exercê-lo, no que tange as suas comunidades e mais ainda as competências
públicas inerentes a sua gestão, nos aspectos da infraestrutura, políticas de
fomento as demandas e aos meios de gerir os fortes impactos que por vezes são provocados
pelo setor em suas distintas localizações.
Um dos grandes destaques nas
economias locais, e continuamente viabilizam seu crescimento e o reconhecimento
dos seus respectivos setores produtivos, de forma significativa promove a
geração de riquezas, ampliação de empregos e maior renda as comunidades, é o
setor do turismo.
O potencial caracterizado por
este seguimento, permite de forma generalizada, o fortalecimento das economias
locais. Mas, seu poder é ainda mais relevante, quando aplicado junto às cidades
que se encontram localizado em planos geográficos centralizados, longe dos
privilégios turísticos das cidades costeiras, o que amplia ainda mais a
responsabilidade das sociedades que vivem nesses cenários, com a escolha do
perfil daqueles ou daquelas que vão assumir dentro de algum tempo, a
administração pública. Faz-se imperativo que esses novos gestores, detenham uma
visão do desenvolvimento em seus pilares, em atendimento as inúmeras demandas
que se acumulam nessas localidades.
Goiânia, capital do Estado de
Goiás, é conhecida por sua vocação em turismo de eventos, negócios e turismo
histórico, por ser o principal polo indutivo do turismo da região dos negócios
no Estado. Neste aspecto a capital, já foi considerada uma
das cidades mais modernas e atuantes do país.
Goiânia foi planejada obedecendo
a um traçado moderno em estilo Art Déco, que inspirou os primeiros prédios da
capital, cujo acervo arquitetônico, composto por 22 prédios, é considerado um
dos mais significativos do país, construído nas décadas de 1940 e 1950, um
acervo tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional -
IPHAN, em 2003, e na capital goiana, é visível o abandono desse acervo
histórico, a falta de políticas de preservação que atenda ao turismo histórico
de nossa cidade.
Polo de Moda Região da 44
Estação Ferroviária em Art Decó - Feira Hippie e 44
Na parte norte da cidade
situam-se o setor industrial da moda goiana e a estação ferroviária, dois
aspectos do turismo que se integram nesse cenário, o turismo de negócios e histórico.
Um forte polo de moda, e uma das mais
raras construções em Art Decó da cidade, o prédio da estação ferroviária, parte
do patrimônio histórico da cidade.
O turista que hoje visita esse
cenário, na capital goiana, com toda certeza vai entender profundamente o
significado da palavra turismo sustentável, ou desenvolvimento sustentável. O
cenário sugere uma intervenção imediata, aliada a estudos de impactos
ambientais e reformulação da mobilidade na região, além do imperativo que urge
nos aspectos do saneamento, limpeza e manutenção urbana, fiscalização e
implantação de infraestrutura em saneamento, urbanização e descartes de
resíduos sólidos e recicláveis.
Em todo o espaço não existe uma
simples lixeira de descarte reciclável ou sólido, o que chega a provocar mal
estar em qualquer pessoa que possua um mínimo de bom senso, relacionado à
limpeza urbana, o cenário é caótico e constrangedor para nós que somos filhas e
filhos de Goiânia.
É sabido que a limpeza pública é
de responsabilidade do ente público; no entanto a execução dos serviços pode
ser feita por meio de um agente público ou privado. Apesar da gestão desse serviço
estar a cargo do município, o engajamento do setor privado e da sociedade é
fundamental na busca por reduzir, reutilizar, reciclar e zelar pela destinação
adequada dos resíduos sólidos, principalmente em cenários onde prevalece a
oferta do turismo em suas várias vertentes, é um cartão de visita das cidades e
uma indicação a céu aberto do nível de responsabilidade de toda a sociedade com
a saúde humana, e com o bem-estar comum dessa comunidade e de todo o setor do
turismo que predomina nesse cenário.
Recentemente aconteceu na Polônia
a XII Reunião Anual da Rede Cidades Criativas da UNESCO, com o tema
“encruzilhadas criativas”, onde a UNESCO, desenvolveu o fio condutor do evento
desse ano, promovendo os valores do espírito colaborativo da rede de cidades e
o compromisso de todos os envolvidos em impulsionar a ação local e
internacional das cidades criativas da rede, o cerne de suas ações e
pensamentos.
Cidades de todo o mundo podem
solicitar participação em uma das sete áreas temáticas: artesanato e artes
folclóricas, design, cinema, gastronomia, literatura, artes midiáticas e
música. Com a entrada de 64 novas municipalidades nesta semana, a Rede soma atualmente
180 Cidades Criativas em 72 países.
A cidade de Goiânia, capital de
Goiás, tem tudo para estar inserida nesse contexto, tanto no cenário do design,
com seu acervo Art Decô, quanto com a música, em razão do grande elenco de
artistas que a cidade detém, e ainda através da vasta produção cultural em
cinema, mas, infelizmente ainda falta visão
e compromisso político, além de se disponibilizar a ampliar parcerias, entre o município
e o estado, com o setor privado e a participação da sociedade civil e comunidade
que reside e atua nestes cenários. O tempo urge!!!
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