* Dinalva Heloiza de Oliveira
Segundo estimativas da ONU –
Organização das Nações Unidas, um bilhão de pessoas carecem de acesso a um
abastecimento de água suficiente, definido como uma fonte que possa fornecer 20
litros por pessoa ao dia, a uma distância não superior a mil metros.
O enfrentamento da crise global
causada pela crescente demanda de recursos hídricos para atender às
necessidades agrícolas e comerciais da humanidade, bem como a crescente
necessidade de saneamento básico, provocou a realização de diversas
conferencias voltadas para este recurso vital: A Conferencia das Nações Unidas
para a Água (1977); a Década Internacional de Abastecimento de Água Potável e
Saneamento (1981-1990); a Conferencia Internacional sobre Água e Meio Ambiente
(1992) e a Cúpula da Terra (1992). Em especial a Década, contribuiu com que 1.3
bilhões de pessoas em todo o mundo obtivessem acesso à água potável.
Causas de abastecimento inadequado de água incluem o uso ineficiente, a degradação da água e a superexploração das reservas de água subterrâneas. Ações corretivas visam a alcançar uma melhor gestão dos escassos recursos de água potável em todo o mundo, com foco particular na oferta e na demanda, quantidade e qualidade. Atividades do Sistema das Nações Unidas visam ao desenvolvimento sustentável dos recursos finitos e frágeis de água doce, que estão sob pressão crescente com o crescimento populacional, a poluição e as demandas de usos agrícolas e industriais.
A importância crucial da água
para muitos aspectos da saúde humana, do desenvolvimento e do bem-estar levou a
objetivos específicos relacionados à água no apoio a cada um dos Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio (ODM). Essas metas referem-se a: erradicar a extrema
pobreza e a fome, alcançar a educação primária universal, promover a igualdade
entre os sexos e a autonomia das mulheres, reduzir a mortalidade infantil,
melhorar a saúde materna, combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças,
garantir a sustentabilidade ambiental e desenvolver uma parceria global para o
desenvolvimento.
Encontro das Águas em Goiás
apresenta Plano Estadual de Recursos Hídricos
O estado de Goiás realizou de 22
a 25 de abril, o 1º Encontro das Águas de Goiás (Enago), com o tema “Água:
fator de produção e sustentabilidade”, e contou com a presença da ministra do
Meio Ambiente Izabella Teixeira.
O I Encontro das Águas de Goiás
(Enago), com certeza é um evento de grande relevância em cenário nacional, e foi
aberto pela secretária do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Jacqueline
Vieira. A secretária, em seu discurso de
abertura, afirmou que o Estado se encontra acima da média brasileira em termos
de gestão de recursos hídricos, “não só pelos esforços governamentais, mas pelo
constante diálogo e participação dos setores produtivos”.
“Goiás se apresenta com a
maturidade necessária para realizar a gestão das águas de forma integrada e participativa,
visando tornar nosso crescimento econômico perene e sustentável, pois sem a
água, fator de produção insubstituível, não estaríamos galgando os níveis de
desenvolvimento de hoje e de nosso futuro”, afirmou.
O encontro apresentou abordagens
relevantes para o Estado no contexto do planejamento e na gestão responsável
dos recursos hídricos, contribuindo para enriquecer o debate sobre a
sustentabilidade do sistema e o arranjo institucional e legal na implantação da
Política Estadual de Recursos Hídricos. Além de promover um debate que permita
dirigir o foco sobre problemas específicos de Goiás, sem perder de vista a
realidade nacional que emoldura e delimita os rumos da política de recursos
hídricos no País.
O destaque do I Encontro ficou
por conta da apresentação do Plano Estadual de Recursos Hídricos, o maior
instrumento de gestão da água já feito em Goiás. O Plano está sendo
desenvolvido pelo consórcio Inypsa-Cobrape, responsáveis pelos planos da bacia
do Rio Paranaíba e da Espanha. Este plano é o maior dentro do Programa
Interáguas, do Governo Federal, e possui recursos do Banco Mundial. A
apresentação foi feita pela gerente de Planejamento de Recursos Hídricos da
Semarh, Jackeline Fleury, pelo secretário nacional de Recursos Hídricos e
Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Ney Maranhão, e pelo
representante do consórcio vencedor, Rodolpho Humberto Ramina.
O segundo dia do Enago terminou
com o Diálogo Universitário: um encontro com estudantes de Gestão Ambiental
para uma conversa sobre os novos mercados que se abrem na área de recursos
hídricos.
O diálogo teve início com a
secretária estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Jacqueline
Vieira, que discorreu sobre o processo de formação cultural sustentável.
Jacqueline abriu espaço para a secretária executiva do Conselho de Meio
Ambiente da Federação das Indústrias de Minas Gerais, Patrícia Boson. A
convidada expôs dados sobre a disponibilidade hídrica, o uso e o desperdício de
água. Também discorreu sobre o mercado de trabalho na área de recursos
hídricos. “Há setores da economia onde há carência de profissionais que sabem
lidar com usos e reusos dos recursos hídricos”, cita.
O evento contou também com a
palavra do Presidente da Agência Municipal de Meio Ambiente de Goiânia, Pedro
Wilson, que falou sobre importância da educação para a formação e
desenvolvimento da sociedade, e também sobre profissões voltadas para a gestão
de recursos hídricos. Estudantes e professores também participaram, com
perguntas sobre recuperação de rios, em especial o Meia Ponte; a disputa de
mercado entre as categorias profissionais da área ambiental e a engenharia
civil; grade curricular e incentivo à capacitação profissional, entre outros
questionamentos.
O I Encontro das Águas de Goiás
terminou na sexta-feira, com o painel “Produzindo Água”, sobre ações de
preservação e conservação da quantidade e qualidade da água.
* Jornalista MTE - 3231
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