Estamos a algumas horas das
eleições municipais e um dia após o último capítulo da novela “Velho Chico”, e
diga-se uma obra-prima da produção artístico-cultural com elevada temática socioambiental produzida pela Rede Globo.
Cena da I Fase de Velho Chico - Rede Globo
O nosso patrimônio natural encontrou um aporte em cultura, onde a sustentabilidade, desde o princípio foi
o tema central da trama de Bruno Luperi, o “Velho Chico”, com destaque dado a agricultura
Sintrópica - que é uma forma de manejo agrícola inovador, e traduz a relação
homem-ambiente de forma instruída em relação ao que se quer produzir, e a forma
de fazê-lo. Através da Sintropia, é que se mede o grau de desorganização do
sistema do solo, e a partir desse estudo é possível reestruturar sua
organização.
Rio São Francisco-Brasil
O que não cabe reduzir ou
empobrecer a vida em determinado lugar, na terra. Isto implica em considerarmos
um gasto mínimo de energia, onde não cabe maquinaria pesada, agrotóxicos,
fertilizantes químicos e outros adubos, trazidos fora do sistema natural. A
agricultura, dessa forma, passa a ser uma tentativa em harmonizar as atividades
humanas com os processos naturais da vida, existentes em cada lugar onde atuamos.
Para alcançarmos essa conquista, é necessário que haja mudanças essenciais principalmente
em nossa compreensão da vida.
A ficção nos apresenta a grande
virada, aquela onde a não participação política, não cabe mais as comunidades,
essa alienação vem aferrando continuamente os direitos humanos, desvirtuando
os deveres sociais, e consequentemente minando a nossa integridade em cidadania.
Estamos vivendo uma transição
política dolorosa, mas tenho absoluta certeza que ao final, a sociedade se reerguerá como uma fênix, das
cinzas. E como nenhuma outra, saberá escolher seus representantes, escolher aquelas
e aqueles, que nos permitam a dignidade do exercício em cidadania, e não
somente sonharmos o sonho de uma sociedade justa, mas vivenciarmos esse
exercício em todas as esferas da sociedade brasileira, que por direito natural
nos é reservado em civilização soberana neste terceiro milênio.
Que toda nossa gente, possa
pensar o Brasil com visão global em cenário local, as mudanças tem princípio em
cada um de nós, e ela se faz necessária num todo, somente quando eu mudo, eu
possibilito a mudança em meu ambiente.
Que as eleições locais sejam
instrumento de renovação em todo o Brasil, que os bons permaneçam e os novos
sejam eleitos, mas, àqueles que fazem da política simplesmente um instrumento de
poder e de interesses pessoais, sejam demitidos por unanimidade, pois a esses, que
não mais seja dado nenhum direito em representação ao poder público, gestor de
nossa sociedade.
Em seus últimos capítulos, a
novela “Velho Chico”, capitaneou histórias e fez história. Soube como nenhuma
outra produção televisiva do seguimento, olhar o retirante, o peão, o homem da
terra, o agricultor familiar, o ribeirinho, e mais ainda, o índio e seu legado
cultural, e mostrar que acima de tudo, a essa velha política do coronelismo só
existe um traçado em consciência mais sã, a humildade em assumir erros e
reencontrar novos caminhos.
A produção soube traduzir de
forma simples o chamado global da sustentabilidade, convocado pelas Nações
Unidas em setembro de 2000, e ainda o quanto somos pequenos diante de nossa
própria natureza. O “Velho Chico”,
também sofreu com a história de seu enredo, que por mais de uma vez se
confundiu com a realidade. A morte trágica de Domingos Montagner nas águas do
Velho Chico, e anteriormente a do padre interpretado por Umberto Magnani.
Não estou aqui para discutir um
enredo, que vai além do bom senso racional. Pois, de forma singular, o contexto
geral da sustentabilidade e a ausência dos compromissos políticos de uma forma quase
que generalizada em todo o Brasil, se tornou uma tônica de tragédias contínuas
que implicam na isenção de quem tem, e o pagamento de quem não tem.
Manejo agrícola sintrópico
Quando o ideal de poucos, não é
conivente com o anseio e à perpetuação do poder de tantos, que desconhecem o
valor da verdadeira política e os princípios intrínsecos a mesma, infelizmente
o desgoverno prevarica em toda sociedade, e o povo em sobrecarga paga o alto
preço.
Em 1983, quando a médica Gro
Harlem Brundtland, mestre em saúde pública e ex-Primeira Ministra da Noruega,
foi convidada pela Secretaria Geral da Organização das Nações Unidas para
estabelecer e presidir a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento. A escolha da médica deu-se ao fato de ela realizar um trabalho
pioneiro para a época, enxergando a saúde para além das barreiras do universo médico
e abrangendo em suas ações atividades ligadas ao meio ambiente e ao
desenvolvimento humano.
O relatório Brundtland, porém, só
ficaria pronto em 1987, após dezenas de reuniões da Comissão Mundial sobre o
Meio Ambiente e Desenvolvimento, liderada por Gro Harlem Brundtland e composta
por especialistas de diversas áreas. Considerado altamente inovador para aquela
época, o relatório foi o primeiro a trazer para o discurso público o conceito
de desenvolvimento sustentável.
“Muitos de nós vivemos além dos
recursos ecológicos, por exemplo, em nossos padrões de consumo de energia. No
mínimo, o desenvolvimento sustentável não deve pôr em risco os sistemas
naturais que sustentam a vida na Terra: a atmosfera, as águas, os solos e os
seres vivos. Na sua essência, o desenvolvimento sustentável é um processo de
mudança no qual a exploração dos recursos, o direcionamento dos investimentos,
a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional estão em
harmonia e reforçam o atual e futuro potencial para satisfazer as aspirações e
necessidades humanas.” um pequeno texto integrante do Relatório Brundtland.
O desenvolvimento sustentável é o
desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem
comprometer a capacidade das gerações futuras em satisfazerem as suas próprias,
o que significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um
nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana
e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e
preservando as espécies e os habitats naturais.
Votar Consciente,
nos permite iniciar uma mudança que urge em estabelecer um Novo Brasil.
E somente sob a batuta de uma Nova
Política, Ética e Justa com a sociedade brasileira, será possível a construção
de um Novo Brasil!
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