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terça-feira, novembro 21, 2023

A importância da educação sexual intencional: reflexões sobre sua abordagem sistemática na promoção da saúde sexual e combate ao preconceito!

 Dinalva Heloiza

A educação sexual é um processo que ocorre de forma ampla e pode ser informal e assistemático, ou seja, pode acontecer de maneira espontânea e informal no cotidiano das pessoas, ou pode ser formal e intencional, ocorrendo em espaços educativos como escolas, instituições de saúde ou em programas específicos.

Quando se fala em educação sexual intencional, também conhecida como orientação sexual, refere-se a um processo sistemático e contínuo de intervenção. Este processo vai além de oferecer informações científicas sobre sexualidade, ele também proporciona espaços de discussão e reflexão que podem auxiliar os adolescentes a questionar mitos, tabus e preconceitos em relação à sexualidade.


Vale ressaltar que a educação sexual intencional não se restringe apenas ao aspecto biológico da sexualidade, mas engloba diferentes dimensões, como a emocional, psicológica, social e ética. Além disso, a educação sexual intencional busca promover uma visão aberta e inclusiva sobre sexualidade, ajudando os jovens a desenvolverem uma compreensão saudável e respeitosa de si mesmos e dos outros.

O trabalho de educação sexual na escola vai ao encontro de uma prática da psicologia da educação comprometida com o processo de humanização. O profissional deve estar engajado com a construção de um processo educacional no qual haja a socialização do saber e da construção do pensamento crítico, de maneira que seja possível transformar o imediato em mediato, apreender a realidade em suas múltiplas determinações e entender a sociedade como um movimento de vir-a-ser (Meira, 2006).

O trabalho em educação sexual formal é fundamental para romper ideias cristalizadas e construídas na sociedade, formando um ser humano consciente das relações sociais a que está submetido, principalmente considerando esse ser humano no período da adolescência. O que permite a formação de jovens, com caráter melhor definido com a boa socialização, respeito as diferenças e as diferentes opiniões, em suma forma-se um ser humano com maior domínio de suas emoções, desejos e prazeres.

Existem diversos estudos e pesquisas que destacam a importância da educação sexual intencional na promoção da saúde sexual e na prevenção de problemas relacionados à sexualidade, como gravidez indesejada, infecções sexualmente transmissíveis e violência sexual. Um estudo realizado no Brasil por Maia (2004) mostrou que a implementação de programas de educação sexual nas escolas teve impactos positivos na melhoria do conhecimento dos estudantes sobre sexualidade e na mudança de atitudes em relação ao sexo seguro.

Além disso, é importante ressaltar que a educação sexual intencional também busca combater a discriminação e o preconceito relacionados à orientação sexual e identidade de gênero. Estudos mostram que adolescentes LGBTQ+ que recebem educação sexual inclusiva têm uma melhor compreensão de sua própria identidade e enfrentam menos estresse e discriminação em relação à sua orientação sexual ou identidade de gênero (Nunes & Silva, 2000; Sayão, 1997).

No entanto, mesmo com as evidências sobre os benefícios da educação sexual intencional, ainda há desafios e obstáculos que dificultam sua implementação de forma efetiva nas escolas. Um estudo realizado por Ribeiro (1990) mostrou que muitos professores enfrentam resistência e falta de apoio institucional para abordar a sexualidade de forma adequada em sala de aula.

Dessa forma, é fundamental que haja políticas públicas e estratégias de capacitação para os educadores, a fim de garantir que a educação sexual intencional seja abordada de forma adequada, inclusiva e contextualizada. Além disso, é importante envolver os pais e responsáveis dos alunos nesse processo, para que eles também sejam orientados e possam apoiar a educação sexual de seus filhos.

Em suma, a educação sexual intencional é um processo sistemático e contínuo de intervenção que busca oferecer informações científicas, espaços de discussão e reflexão sobre sexualidade, além de combater preconceitos e tabus. Estudos mostram que essa abordagem tem impactos positivos na saúde sexual dos adolescentes e na promoção de uma visão inclusiva e respeitosa sobre sexualidade. No entanto, é necessário superar obstáculos e garantir o suporte adequado para implementar efetivamente a educação sexual nas escolas, com urgência!

A formação de uma sociedade mais humanizada, menos discriminatória e ideológica, urge, onde também prevaleça a justiça social e os direitos humanos, e isso é uma responsabilidade de todos nós!

Referências:

- Brasil, Ministério da Saúde. (1997). Parâmetros Curriculares nacionais: saúde. Brasília: Ministério da Saúde.

- Maia, N. B. (2004). Educação Sexual na Escola: estudo comparativo sobre o impacto de um programa educativo em adolescentes. Jornal de Pediatria, 80(2), 132-138.

- Nunes, L., & Silva, M. (2000). Educação sexual na escola: o ponto de vista dos professores. Revista Brasileira de Sexualidade Humana, 11(2), 37-50.

- Ribeiro, J. L. (1990). Educação sexual: uma concepção do conhecer. Comunicação, 11(10), 44-59.

- Sayão, Y. (1997). Orientação sexual e homossexualidade nas políticas públicas e diretrizes curriculares nacionais. Revista de Educação, 103(2), 121-147.

- Werebe, M. J. V. (1998). Parâmetros Curriculares Nacionais

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