Dinalva Heloiza
Nestes tempos ainda sombrios, em que a brutalidade parece banal e a dor do outro tantas vezes é tratada como ruído de fundo, a Global Sumud Flotilla rompe um silêncio mortal, não apenas com sua frota navegando pelo mar Mediterrâneo, rumo a Gaza em uma ação humanitária, mais ainda em um gesto que de forma universal, reacende uma chama global no seio da humanidade.
Mais do que uma missão, ela é um
símbolo: um corpo coletivo navegando contra a maré da indiferença. “Sumud”, em
árabe, significa firmeza, constância, mas neste movimento seu sentido se
expande, transformando-se em chamado ético, pulso humanitário, lembrança de que
resistir também é lutar, e com a força do amor pelo outro, de longe, de perto,
em alto-mar.
Não se trata apenas de ajuda
humanitária, mas de humanidade em movimento. Mais de 40 barcos partiram de
diferentes cantos do mundo levando medicamentos, alimentos, água potável, e
muita solidariedade com a dor do outro. Transportando acima de tudo, um
sentido: a recusa de aceitar que vidas civis — crianças, mães, idosos — sejam
tratadas como dano colateral e escudo de guerra, por todos os grandes líderes
globais e os responsáveis por esse genocídio em massa.









