Dinalva Heloiza - com informações
da UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
Em todo o mundo, o jornalismo
está sob fogo. Enquanto mais indivíduos têm acesso à conteúdos como nunca
dantes, a luta contra a polarização política e as mudanças tecnológicas facilitam
a rápida disseminação do discurso do ódio, misoginia e "falsas notícias",
muitas vezes levando a restrições desproporcionais à liberdade de
expressão. Em um número cada vez maior de países, os jornalistas enfrentam
ataques físicos e verbais que ameaçam sua capacidade de reportar notícias e
informações ao público.
Em face de tais desafios, este
novo volume da série Tendências mundiais sobre liberdade de expressão e
mídia desenvolve uma análise crítica das novas tendências da liberdade
de mídia, do pluralismo, da independência e da segurança dos jornalistas.
Com um enfoque especial na
igualdade de gênero na mídia, o relatório fornece uma perspectiva global que
serve como um recurso essencial para os Estados Membros da UNESCO, organizações
internacionais, grupos da sociedade civil, academia e indivíduos que procuram
compreender a mudança da paisagem global da mídia.
A polarização da vida pública,
observada em partes de todas as regiões abrangidas por este estudo, destaca a
necessidade do jornalismo independente e profissional que seja capaz de
fornecer informações verificáveis como uma moeda de conteúdo comum para
servir debates públicos efetivos e abertos.
No entanto, em continuidade com
as tendências destacadas no primeiro Relatório Mundial de Tendências, publicado
em 2014, a independência da mídia está sob uma pressão aumentada, devido a
interconexões complexas entre poder político e autoridades reguladoras,
tentativas de influenciar ou deslegitimar a mídia e jornalistas, e encolher os
orçamentos em organizações de notícias. Essa deterioração da independência
da mídia se reflete em vários indicadores.